Tendência temporal e aspectos epidemiológicos da sífilis em gestante e congênita em municípios de médio porte do estado do Paraná, 2007-2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Stocco, Caroliny lattes
Orientador(a): Müller, Erildo Vicente lattes
Banca de defesa: Silva, Milene Zanoni da, Kluthcovsky, Ana Claudia Garabelli Cavalli, Carvalho, Denise Siqueira de, Ravelli, Ana Paula Xavier
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3192
Resumo: A incidência de sífilis congênita e gestacional tem aumentado no Brasil, embora as doenças apresentem prevenção, diagnóstico e tratamento bem estabelecidos na gestação e o custo da intervenção preventiva seja baixo. O objetivo do presente estudo foi descrever a tendência temporal e aspectos epidemiológicos dos casos notificados de sífilis em gestante e congênita em residentes nos municípios de médio porte do estado do Paraná entre 2007 e 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e analítico do tipo séries temporais com dados secundários obtidos no DATASUS do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Para verificar as associações dos aspectos epidemiológicos foi utilizado o teste de Qui-Quadrado simulado. Para verificar a tendência da taxa de detecção de sífilis em gestante e da taxa de incidência de sífilis congênita foi ajustado um modelo de efeitos mistos com efeito aleatório no intercepto e também na inclinação. Também foi utilizada a Regressão Binomial Negativa e o método da Quase-Verossimilhança. Nos casos de sífilis em gestante 73,1% tinham idade entre 20 a 39 anos; 39,4% tinham o ensino fundamental incompleto; 69,6% eram da raça/cor branca; 57,6% tiveram classificação clínica primária; 22,8% não realizaram o teste treponêmico. Verificou-se influência significativa do tempo sobre a taxa de detecção de sífilis em gestante, sendo que a cada ano ocorreu aumento de 31% na taxa de sífilis (IC 95% 23-39; p<0,001). Houve influência significativa (p<0,005) da renda per capita sobre o número de casos de sífilis em gestante, sendo que a cada 100 unidades acrescidas na renda per capita, o número de casos de sífilis em gestante diminuiu, em média, 49%. Na sífilis congênita 95,8% tinham idade de até 6 dias; 1,5% evoluíram para óbito pela doença; 40,4% das mães tinham o ensino fundamental incompleto; 92,4% realizaram o pré-natal; 18,6% o diagnóstico materno foi no parto; 63% dos parceiros não realizaram o tratamento concomitante a gestante. A análise de tendência de sífilis congênita mostrou aumento de 25% ano (IC 95% 17-34; p<0,001) na taxa de sífilis. Houve associação significativa do IDH sobre a sífilis congênita, sendo que a cada 0,01 unidades acrescidas no IDH, o número de casos de sífilis congênita diminui, em média, 27%. Conclui-se que as políticas públicas de saúde materno-infantil estadual ainda não garantiram a redução dos casos de sífilis congênita nos municípios de médio porte do estado.