Geometrias de poder e espacialidades da produção científica da geografia brasileira de 1998 a 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pinto, Vagner André Morais lattes
Orientador(a): Silva, Joseli Maria lattes
Banca de defesa: Ornat, Marcio Jose lattes, Bernardes, Antonio Henrique lattes, Mendonça, Francisco de Assis lattes, Spósito, Eliseu Savério lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Doutorado em Geografia
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3814
Resumo: Nesta tese buscamos a compreensão de como as geometrias de poder implicaram as espacialidades da produção científica da geografia brasileira no período 1998- 2018. Desenvolvido inicialmente por Massey (1991), o conceito de geometrias de poder remete aos diferentes potenciais da ação humana pelo espaço-tempo articulados em múltiplos e dinâmicos arranjos escalares de relacionamentos políticos, econômicos, culturais e epistêmicos. Implicado de modo intrínseco neste emaranhado de interações, o campo científico (BOURDIEU, 2004) da geografia brasileira foi significativamente reconfigurado a partir do fim dos anos 1990 com a emergência dos meios digitais de veiculação de resultados e inéditas políticas de avaliação e financiamento da ciência no país. Os crescentes investimentos públicos federais entre os anos 2005 e 2016 viabilizaram a implementação de programas de pós-graduação da área nas cinco regiões. Todavia, estas espacialidades de produção científica possuem assimétricas capacidades de mobilização de recursos materiais e simbólicos decorrentes da desigual estruturação e articulação de suas trajetórias, conforme evidenciou o levantamento realizado nas bases de dados mantidas pelas entidades de fomento e nos sítios virtuais dos programas. Por meio de consultas ao conjunto de metadados de 20.865 artigos de 97 revistas armazenados no Observatório da Geografia Brasileira (OGB) do Grupo de Estudos Territoriais (GETE-UEPG) verificamos que a centralidade das instituições situadas no Sudeste, notadamente em São Paulo, também é resultante da extensiva e intensiva produção intelectual em periódicos on-line de maior valoração acadêmica. A partir do manejo do acervo do OGB, via operações com ferramentas computacionais descritas em Silva e Silva (2016) e Análise de Redes Sociais (ARS) (HIGGINS; RIBEIRO, 2018), evidenciamos relações de hierarquia e de proximidade entre conceitos, temas e autores de referenciais de pesquisa. A construção de redes de 19.220 palavras-chave meta conectadas demonstrou a crescente centralidade do conceito de território e a consistência dos estudos em geografia urbana nas últimas décadas. A relativamente recente ampliação da pluriversalidade constatada no campo reporta a estudos abordando temas como gestão, desenvolvimento, biomas, saúde, ensino, gênero, turismo, conflitos socioambientais e geotecnologias. Ao passo que nas redes articuladas entre 48.922 referências de publicações Qualis A1 e A2 (2013-2016) é expressiva a hipercentralidade de Milton Santos. Com um legado que acumula cada vez mais capital científico ao ser mobilizado na compreensão de diversos fenômenos e em distintas realidades geográficas, o primado do pensamento miltoniano desafia uma maior pluralidade de abordagens em nosso campo.