Avaliação de protocolos de clareamento através de ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Maran, Bianca Medeiros lattes
Orientador(a): Loguercio, Alessandra Reis Silva lattes
Banca de defesa: Chibinski, Ana Claudia, Wambier , Leticia Maira, Lopes , Murilo Baena, Faria, Lucianne Cople Maia
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Departamento de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2573
Resumo: Objetivos: Avaliar a eficácia e sensibilidade dental (SD) utilizando agentes dessensibilizantes incorporados ao gel no clareamento caseiro (1) e em consultório (2), no uso da ativação com luz no clareamento em consultório com alta e baixa concentração de peróxido de hidrogênio (3 e 4); no clareamento combinado (consultório e caseiro) vs. isolado (5), além de avaliar a conformidade dos estudos clínicos randomizados (ECRs) de clareamento com o CONSORT e o risco de viés desses estudos pela ferramenta Cochrane (6). Metodologias: Para este trabalho, foram feitos seis estudos: dois ECRs e quatro revisões sistemáticas (RSs), sendo que o estudo (4) foi uma RS de comparação mista de tratamentos (MTC). Os ECRs (1 e 2) foram triplo-cegos, boca-dividida e o tratamento clareador foi realizado em 120 pacientes livres de cárie, conforme critérios de inclusão e exclusão, sendo 60 em cada estudo. Os agentes dessensibilizantes incorporados ao gel foram, 3% de nitrato de potássio e 0,2% de fluoreto de sódio (1), e 5% de nitrato de potássio (2). No estudo (1) uma moldeira foi usada três horas diariamente por 21 dias, no estudo (2) foi feita uma aplicação única de 50 minutos em duas sessões com intervalo de sete dias entre elas. Foram avaliados o risco absoluto e a intensidade da SD por meio das escalas visual analógica 0-10 cm e de classificação numérica 0-4 durante três semanas no estudo (1) e durante e até 48 horas após cada sessão no estudo (2); a alteração de cor foi registrada utilizando as escalas de cor Vita Classical, Bleachedguide (ΔUEV) e espectrofotômetro Easyshade (ΔE*) antes, durante e após 30 dias do término de cada tratamento. O risco absoluto e a intensidade da SD foram avaliadas pelos testes de McNemar e Wilcoxon Signed Rank, respectivamente (α = 0,05), a eficácia do clareamento foi avaliada pelos testes de Wilcoxon Signed Rank (ΔUEV) e teste t para dados pareados (ΔE*) (α = 0,05). Nas RSs (3-6) foram feitas buscas por termos específicos sobre o tema em diferentes bases de dados e literatura cinzenta. O risco de viés foi avaliado usando a ferramenta de Colaboração Cochrane. Meta-análises foram conduzidas para mudança de cor (ΔE*, ΔSGU), risco e intensidade de SD, usando modelo de efeitos aleatórios. A heterogeneidade foi avaliada com o teste Q de Cochran e a estatística I2. A qualidade de evidência (GRADE) foi avaliada nos estudos (3) e (5). Resultados: No estudo (1), não houve diferenças entre os grupos na cor, no risco e intensidade da SD (p > 0,05), já no estudo (2) foram observadas diferenças apenas na redução da intensidade da SD para o grupo com agente dessensibilizante nas primeiras 24 horas (p < 0,01). Nas RSs após a busca dos estudos, restaram 21 (3), 28 (4), 11 (5), 185 (6) ECRs. Na RS (3) não houve diferença na cor e na SD (p > 0,05), e a qualidade de evidencia foi graduada como moderada para ΔE* e risco de SD, e muito baixa e baixa para ΔUEV e intensidade da SD, respectivamente. Na RS de MTC (4), não houve diferença na cor sem o uso da luz ou com diferentes fontes de luz usadas. Na RS (5) não houve diferença na cor no clareamento combinado vs. em consultório (p > 0,05) e não foram obtidos dados disponíveis para avaliação do risco e intensidade da SD; no clareamento combinado vs. caseiro não foram observadas diferenças para ΔE*, ΔSGU e risco de SD, porém, menor intensidade de SD foi detectada no clareamento caseiro isolado com diferença de média padronizada de 0,86 (IC 95% 0,31-1,41), e a qualidade de evidência foi graduada como moderada para alteração de cor em ΔE*, e baixa ou muito baixa para as demais análises. Na RS (6) na classificação de adesão ao CONSORT dos estudos, a média geral foi 16,7 ± 5,4 pontos (de 32 pontos no total) e apenas 7,6% foram julgados como baixo risco de viés. Conclusões: A incorporação dos agentes dessensibilizantes nos géis clareadores usados neste trabalho não afetou a cor e não reduziu a SD no clareamento caseiro (1), porém diminuiu a intensidade da SD no clareamento em consultório (2). O uso da ativação com luz no clareamento em consultório não melhorou a cor nem afetou a SD independente da concentração de peróxido de hidrogênio utilizada (3) e igualmente não afetou a cor no estudo (4). No clareamento combinado vs. isolado (5), baixa intensidade de SD foi encontrada no clareamento caseiro, quando este foi realizado isoladamente. E no estudo (6) concluiu-se que a adesão ao CONSORT em ECRs de diferentes técnicas de clareamento é baixa e possuem alto risco de viés.