O processo de curricularização da extensão universitária na formação de licenciandos na UEPG.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Zanon, Denise Puglia lattes
Orientador(a): Cartaxo, Simone Regina Manosso lattes
Banca de defesa: Hobold, Marcia de Souza lattes, Leite, Vania Finholdt Ângelo, Paula, Lucimara Cristina de, Peroza, Marilucia Antonia Rezende
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Departamento de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3651
Resumo: Este estudo é sobre o processo de curricularização da extensão para as licenciaturas na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Considerando a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão e tendo em vista a meta 12, estratégia 12.7 do Plano Nacional de Educação – Lei N o 13.005, de 25 de junho de 2014 –, que determina a curricularização da extensão, pergunta-se: Como vem se constituindo o processo de curricularização da extensão para as licenciaturas na Universidade Estadual de Ponta Grossa e em que fundamentos se sustenta? Como objetivo geral, propõe-se desvelar como o processo de curricularização da extensão para as licenciaturas vem se constituindo na Universidade Estadual de Ponta Grossa a partir dos fundamentos produzidos na instituição, os quais sustentam a concepção de extensão universitária. Como objetivos específicos, pretende-se: a) examinar como é interpretada a legislação sobre a curricularização da extensão na UEPG; b) investigar os significados sobre curricularização da extensão nas licenciaturas assumidos por diferentes sujeitos na e pela UEPG; c) identificar os fatores determinantes que influenciam/influenciaram a tomada de decisão sobre a curricularização da extensão; d) evidenciar as concepções de universidade e de extensão universitária anunciadas pelos participantes da pesquisa no processo de curricularização da extensão nas licenciaturas na UEPG. Argumenta-se que o processo de curricularização da extensão na formação de licenciandos expressa uma reflexão sobre a história construída em relação à extensão universitária; entretanto, esbarra nas definições da política docente, no orçamento da instituição, na disponibilidade de tempo/espaço de licenciandos em práticas extensionistas, além de não desvincular-se da concepção de currículo disciplinar. Como fundamentos para a compreensão e defesa da extensão universitária, toma-se o conceito de dialogicidade em Freire (1969, 1987a, 1987b, 2001) e da teoria da ação comunicativa em Habermas (1997, 2000, 2012a, 2012b). Em Freire, a dialogicidade é uma exigência da natureza humana, sendo a relação dialógica fundamental na construção da curiosidade epistemológica. Na teoria da ação comunicativa em Habermas, todos os homens têm capacidade para agir e, para tal, fazem uso da linguagem para comunicar-se e, por meio desta, chegam a um entendimento mútuo. Os fundamentos teóricos sobre extensão universitária e sua curricularização advêm das obras de Botomé (1996), Deus (2020), Freire (1969), Imperatore (2019), Jezine (2004), Kochhann e Silva (2017), Nogueira (2005), Reis (1996) e Sousa (2010). Adota-se a abordagem qualitativa de pesquisa, procedendo-se da análise documental, com base em Cellard (2008) sobre a extensão universitária e a entrevista semiestruturada (MINAYO, 2009) com 17 entrevistados, dentre estes, profissionais da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex), participantes da comissão de curricularização e de propostas extensionistas. Para a análise dos dados, definiu-se a ferramenta das pretensões de validade, a partir de Carspceken (2011) e Habermas (2012a), que incide sobre a relação entre as pretensões de validade e os registros do diálogo com os participantes da pesquisa. Os resultados da pesquisa revelaram o entendimento sobre o processo de curricularização da extensão nas licenciaturas na UEPG, a partir da concepção de universidade como bem público e instituição social, sendo a extensão universitária concebida como processo acadêmico, interação dialógica e prestação de serviços. Os fundamentos que sustentam os diálogos sobre a curricularização da extensão são a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, bem como a relação entre universidade e sociedade e as concepções de currículo, os quais podem se entrelaçar, contribuindo para romper com a linearidade da matriz curricular, com vistas a uma formação crítica e humana, em um processo de reflexão e ação – práxis. Entretanto, o processo de curricularização da extensão não é linear, enfrenta desafios que vão desde as questões orçamentárias até a política docente e a ruptura com concepções e práticas pedagógicas que privilegiam o ensino e a pesquisa, desconsiderando a extensão.