Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Rafaelly do
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Orientador(a): |
Moura, Reidy Rolim de
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Banca de defesa: |
Carvalho, Giane Carmem Alves de,
Pontes, Felipe Simão |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
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Departamento: |
Setor de Ciências Sociais Aplicadas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3171
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Resumo: |
No Brasil, o fato das mulheres serem a maioria do eleitorado não significa que elas tenham representatividade efetiva na política. Pouco mais de 30% dos candidatos são mulheres, muito em razão da “cota de gênero”. Porém, nem metade delas são eleitas. Além disso, os movimentos sociais de mulheres enfrentam dificuldade em dialogar com o Estado, barreira imposta, sobretudo, a partir de 2016, com impeachment de Dilma Rousseff (PT). Nesse cenário, a mídia aparece como produtora de conteúdo que pode influenciar a visão que a população tem das pautas relativas às mulheres. Assim, o estudo trabalha com os Debates Presidenciais da Rede Bandeirantes de televisão, para analisar a abordagem às pautas femininas nas disputas eleitorais do período de 2010 a 2018. A partir da Análise de Conteúdo, foram identificados a frequência com que aparecem em relação aos temas gerais e específicos, relacionados às mulheres; a dimensão temporal das propostas; se os temas eram livres ou definidos; de quem partiu a iniciativa de pautar assuntos referentes às mulheres; e o uso da linguagem de ataque (VEIGA; SOUZA; SANTOS, 2007). Posteriormente, quando foram transcritas as falas que traziam temas sobre as mulheres, iniciou-se uma discussão teórica e contextualizada dos assuntos encontrados. São eles: Aborto; Violência Contra a Mulher; Igualdade Salarial; Representação da Mulher; Saúde da Mulher; Mulher na Política; Políticas em Prol das Mulheres; Estupro; Reforma Trabalhista; Machismo; e “Ideologia de Gênero”. Junto à discussão, há a classificação do ethos e antiethos desses discursos políticos. Parte-se da compreensão de que ethos representa a construção da imagem do orador no momento da fala, baseado na sua autoimagem e naquilo que imagina ser a expectativa do cidadão, conforme Charaudeau (2008). O autor classifica as imagens em: Sério; Virtude; Competência; Potência; Caráter; Inteligência; Humanidade; Chefe; e Solidariedade. Já o antiethos se refere à desconstrução da imagem do adversário como estratégia política. Identifica-se, assim, que há dois temas principais que perpassam por todos os assuntos referentes às mulheres: a religião, que por um viés cristão de estrutura patriarcal aparece na maioria das argumentações; e a separação entre esferas públicas e domésticas, que condiciona a mulher à “mística feminina” e a afasta de outros espaços da política (PERROT, 1998; FRIEDAN, 1971). Além disso, na maioria das vezes os temas relativos às mulheres são tratados superficialmente ou servem como ataque ao adversário, sem haver propostas concretas de políticas voltadas para esse grupo. Assim, conclui-se que, além da necessidade das mulheres participarem da política, é essencial que elas realizem políticas em prol de suas iguais. |