Modelagem de distribuição das formações vegetais do Estado do Paraná: passado, presente e futuro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Trindade, Weverton Carlos Ferreira lattes
Orientador(a): Santos, Mateus Henrique lattes
Banca de defesa: Zwiener, Victor Pereira lattes, Moro, Rosemeri Segecin lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
Departamento: Departamento de Biologia Geral
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2813
Resumo: Embora o desmatamento seja atualmente a maior ameaça aos ecossistemas terrestres, as alterações climáticas podem ter um efeito igual ou até maior na extinção de espécies. O mosaico vegetação encontrado no Estado do Paraná (Sul do Brasil) formado por florestas, campos e savanas foi resultado de flutuações climáticas ocorridas durante o Quaternário, o que torna o Paraná um interessante campo de estudos sobre a dinâmica de distribuição da vegetação em relação ao clima, podendo fornecer valiosas informações sobre a resposta de ecossistemas terrestres às alterações climáticas futuras. Modelos de Distribuição de Espécies têm sido amplamente utilizados para gerar este tipo de informação. Neste trabalho, utilizamos o Maxent para construir modelos de distribuição das formações vegetais do Paraná em cinco cenários temporais: Último Máximo Glacial (LGM), Holoceno Médio (MID), presente e projeções otimista e pessimista para 2070. Os resultados foram divididos em três seções. Na primeira seção de resultados, apresentamos tutoriais criados para agilizar o pré-processamento de variáveis ambientais utilizando ferramentas open source, como o R e o QGIS. Na segunda seção avaliamos as alterações na vegetação entre um cenário temporal e outro. Os modelos do passado mostram um domínio de vegetação campestre durante o LGM, com expansão de florestas durante o MID, o que é consistente com dados paleopalinológicos. A projeção otimista para 2070 mostra uma expansão de florestas, sobretudo sobre Estepe e Savana. Na projeção pessimista para 2070 quase todo o Estado é formado por áreas mais adequadas apenas para um tipo de vegetação: Floresta Estacional Semidecidual. Na terceira seção, avaliamos a eficiência áreas de proteção (PAs) na preservação de áreas climaticamente estáveis (CSAs), além de propor áreas prioritárias para conservação considerando áreas climaticamente estáveis, áreas de proteção e remanescentes de vegetação nativa. A perda de CSAs pode chegar a 25% considerando um cenário otimista, diminuindo em 5.2% a eficiência das PAs. Em um cenário pessimista, a perda de CSAs pode chegar a 99%, levando a uma redução de 80% na eficiência PAs. Algumas áreas identificadas neste trabalho como prioritárias para conservação coincidem com áreas prioritárias definidas por outros trabalhos e com áreas que necessitam de restauração de acordo com o Novo Código Florestal Brasileiro. O planejamento de novas PAs deve considerar uma variedade de critérios biológicos, incluindo a identificação de CSAs que garantem a funcionalidade destas áreas de conservação a longo prazo. Aas modificações na paisagem causadas pelas alterações climáticas podem causar impactos ecológicos e econômicos irreversíveis tanto a curto prazo, pela perda de espécies, quanto a longo prazo, pela perda de áreas que tem potencial de servirem de refúgios em um cenário de alterações climáticas, o que reforça a necessidade de políticas de redução de gases que contribuem para o aquecimento global.