As relações entre o território rural e as políticas educacionais de resposta a pandemia por Covid-19 voltadas às escolas públicas localizadas no campo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinheiro, Liliane lattes
Orientador(a): Marcoccia, Patrícia Correia de Paula lattes
Banca de defesa: Souza, Maria Antônia de lattes, Scortegagna, Paola Andressa lattes, Paula, Lucimara Cristina de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Departamento de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3587
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de estudo o território rural, políticas educacionais e escola pública localizada no campo no contexto de pandemia da Covid-19. Possui como problemática, quais são as relações que se colocam entre o território rural, as políticas educacionais de resposta a pandemia por Covid-19 e as escolas públicas localizadas no campo? Mediante isso, tem-se como objetivo geral analisar as relações que se colocam entre o território rural e as políticas educacionais de resposta à pandemia por Covid-19 voltadas às escolas públicas localizadas no campo. O estudo se fundamenta no pensamento de Paulo Freire, que faz importante diálogo com a educação do campo. Para abordar alguns conceitos e trajetórias da educação do campo recorremos aos estudos de Cardart (2003) e Souza (2018); para debater o conceito de território rural e territorialidades, utilizamos de Milton Santos (2007); para entender o que vem sendo definido como ensino remoto na atual conjuntura, Moreira e Schlemmer (2020) e nos respaldamos em Antunes (2018) sobre os efeitos do uso das tecnologias e da era digital no contexto neoliberal. O estudo possui uma abordagem qualitativa, do tipo descritivo-explicativo, utilizando-se da análise documental, pesquisa bibliográfica e trabalho de campo. Tem como instrumentos de pesquisa os questionários e rodas de conversa e os sujeitos investigados são 11 professores(as) e 48 alunos de uma escola do campo no município de Palmeira/PR. Os resultados mostram que a produção a respeito da temática analisada se encontra em déficit e precisa de mais atenção das universidades. Constatou que as principais normas legislativas de resposta à Covid19 referente ao setor da educação, no âmbito federal, estadual e municipal, são insuficientes, pois pouco visibilizam o território rural. Em uma relação de homogeneização, contemplam pouco as diferentes realidades presentes em nosso país e quando contemplam é de modo superficial, pois não levam em conta a real aprendizagem do aluno do campo, não partem dessa realidade e não ouvem os profissionais da educação que atuam neste segmento. A empiria mostrou que não estão sendo consideradas as particularidades do território rural nas práticas do ensino remoto, sua organização se mostrou como mecanismo de controle e instrumento de opressão aos professores(as) e alunos(as) pela sobrecarga de atividades e de trabalho. Esse contexto acentuou os processos de exclusão e desigualdades socioterritoriais, devido a ausência de infraestrutura necessária na área rural. O(a) docente teve seu trabalho intensificado e precarizado. É marcante a baixa escolaridade dos pais e responsáveis pelos alunos, apresentam rotinas intensas de trabalho, tendo dificuldade de auxiliar seus filhos. A pandemia contribuiu para ampliar a evasão escolar, visto que os jovens que vivem no campo por vezes, deixaram seus estudos para ajudar no sustento da família. Apesar dos desafios enfrentados no território rural, consideramos que ações são possíveis para a transformação desse cenário, apostamos na educação popular e nas potencialidades que os sujeitos que vivem no campo possuem, para a luta em favor da transformação social.