Curso de Língua Espanhola como Língua Estrangeira para Estudantes Indígenas de Universidades Públicas no Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Bruna Caroline Machado do lattes
Orientador(a): Fraga, Letícia lattes
Banca de defesa: Messias, Rozana Aparecida Lopes lattes, Carlos, Valeska Gracioso lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
Departamento: Departamento de Estudos da Linguagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4111
Resumo: O objetivo geral desta dissertação é analisar a construção de um curso de língua espanhola para estudantes indígenas, da graduação e da pós-graduação, dentro de uma “perspectiva outra” em relação aos modos tradicionais e convencionais de ensino. A decisão de oferecer um curso de espanhol específico para indígenas tem relação com o fato de que, muitas vezes, os cursos superiores, de graduação e pós, exigem desses estudantes a) conhecimento de uma língua estrangeira, já que algumas disciplinas impõem que os estudantes leiam textos nessas línguas; b) comprovação do conhecimento em língua estrangeira, como etapa obrigatória para concluir o curso. Entendemos que tanto a análise da proposição quanto a execução de um curso de língua espanhola para indígenas se justificam pela necessidade de esses estudantes ampliarem suas possibilidades de atuação em seus cursos acadêmicos, por meio da utilização da língua a seu favor, levando em conta sua realidade. Em termos de referencial teórico, nos baseamos nos documentos oficiais que regem a educação no Brasil, como a Constituição Federal Brasileira, a LDB, PNE, RCNEI, Lei 11.645/2008 e nos Estudos Decoloniais, com os autores Quijano (2007), Morelo (2009), Silva (2020) Santos; Souza e Fernandes (2021) etc. Em termos metodológicos, nos amparamos em Tuhiwai Smith (2016), Leyva e Speed (2008) e Kumaravadivelu (2003). Em relação aos resultados da pesquisa, constatamos que, em primeiro lugar, basicamente todos os indígenas universitários, de graduação e pós, pertencentes a diferentes povos e falantes ou não de língua indígena têm interesse em aprender uma língua estrangeira, tanto porque essa aprendizagem vai ajudá-los em âmbito acadêmico quanto fora dele. Em segundo lugar, os resultados mostram que mesmo que estejam muito interessados em estudar línguas estrangeiras, aqueles que tiveram alguma experiência prévia nesse quesito relatam ter tido experiências ruins por várias razões. Em terceiro lugar, os indígenas universitários têm muito claro para si como deve ser um curso de língua estrangeira para indígenas e, por fim, concluímos que o curso que construímos têm vários elementos que o caracterizam como de metodologia decolonial, o que representa um passo significativo em direção a uma abordagem mais inclusiva, que valoriza e reconhece a especificidade dos estudantes indígenas.