Dinâmica da fragmentação florestal no Parque Nacional dos Campos Gerais, Paraná, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Milan, Elisana lattes
Orientador(a): Moro, Rosemeri Segecin lattes
Banca de defesa: Antiqueira, Lia Maris Orth Ritter lattes, Maganhotto, Ronaldo Ferreira lattes, Meneguzzo, Isonel Sandino lattes, Floriani, Nicolas lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Doutorado em Geografia
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2849
Resumo: Processos geomorfológicos, geológicos, fitogeográficos e climáticos determinaram a fragmentação da Floresta Ombrófila Mista (FOM) na região dos Campos Gerais do Paraná, no sul do Brasil, determinando a atual configuração em mosaico com áreas campestres imposta pelas condições edáficas. Esta floresta é majoritariamente secundária devido aos processos socioeconômicos e substituição do sistema produtivo regional ocorridos nos últimos 50 anos, como os ciclos de extração da erva-mate e da madeira, expansão agropecuária e de monoculturas de exóticas florestais. Através da análise da evolução temporal da paisagem neste período na área do Parque Nacional dos Campos Gerais buscou-se quantificar as perdas de habitat florestal devido à conversão de áreas naturais. Empregou-se uma análise integrada de métodos quantitativos em escala cartográfica - relacionados à composição e configuração da paisagem através de imagens de 1962, 1980, 2005, 2007 e 2017; de estudos qualitativos de análise de conteúdo e representações sociais de personagens chave; de pesquisa documental e bibliográfica sobre a história da paisagem regional e das políticas públicas para sua conservação. Na decodificação da fala de personagens-chave emergiu a conscientização quanto a importância da conservação da floresta, mas não foram identificados signos relativos à preservação de campos nativos, em que pese o forte legado do Tropeirismo no imaginário pesquisado. Analisando a evolução temporal das classes de uso nas imagens foi evidenciado que a proporção atual das florestas na composição da paisagem do Parque retornou a patamares próximos aos estimados para antes do ciclo da madeira, em cerca de 63% - embora tenha ocorrido aumento no número de seus fragmentos, menores e mais irregulares. Não houve perda quantitativa de habitats florestais e há conectividade funcional para as espécies de fauna e flora generalistas, no entanto faltam dados empíricos para concluir sobre as perdas qualitativas e sobre a conectividade para as espécies especialistas. Mudanças substanciais na composição da paisagem ocorreram devido a reduções significativas nas áreas de campo que recuaram de quase 40% para apenas 13% na paisagem atual, cedendo lugar a lavouras e projetos de silvicultura. Mesmo a criação do Parque em 2006, junto com a promulgação da Lei da Mata Atlântica, não impediu a conversão de campos. Assim, concluise que as políticas públicas de conservação ambiental foram ineficazes para a proteção desta parte significativa da paisagem regional.