O processo de transição agroecológica no centro sul do Paraná: avanços e desafios vivenciados pelas famílias do Núcleo Monge João Maria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moreira, Silvana dos Santos lattes
Orientador(a): Schimanski, Édina lattes
Banca de defesa: Cunha, Luiz Alexandre Gonçalves lattes, Silva, Lenir Aparecida Mainardes da lattes, Brandenburg, Alfio lattes, Gonzaga, Carlos Alberto Marçal
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
Departamento: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3179
Resumo: O objetivo desta tese foi estudar as potencialidades e desafios, experimentadas por famílias camponesas, que optaram por realizar processos de transição da agricultura convencional para agricultura de base ecológica. A iniciativa ganhou impulso a partir de 1990, no Centro Sul do Paraná com o incentivo de ONGs e a organização da Rede Ecovida. Neste estudo de caráter exploratório, utilizou-se abordagem quali quantitativa. Os procedimentos metodológicos consistiram em revisão bibliográfica, análise documental e pesquisa de campo. Adotou-se a observação participante registrada em diário de campo e fotografias, questionário e entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada com a utilização de um conjunto de softwares open acess: Pacote LibreOffice 6.2 / OpenRefine 3.2 / Gephi 0.9.2 / Pacote R 3.6.0 RQDA – Package for Qualitative Data Analysis / DB Browser for SQLITE 3.11.2. Esse conjunto de softwares permitiu a estruturação das falas dos sujeitos em redes de palavras significativas as quais embasaram a construção das categorias de análise: agroecologia e participação, desafios na organização camponesa; plantar com veneno ou sem veneno; agroecologia, trabalho e família; renda e a vida das mulheres com a transição para a agroecologia; mercados e a transição agroecológica; resistências e contribuições da agroecologia para pensar o projeto de campo a partir do campesinato. Os resultados apontam que a decisão de realizar o processo de transição para a agroecologia contribuiu para valorizar o trabalho camponês e melhorar a qualidade de vida das famílias, destacando-se o cuidado com a produção do sustento familiar, saúde, renda e divisão dos rendimentos na família. Os espaços organizativos propiciaram o diálogo de saberes na construção do conhecimento para uma agricultura de base ecológica, destacando a participação como um elemento central deste processo de transição. Verificam-se dificuldades estruturais como insuficiência de assistência técnica, a dificuldade de acesso aos insumos, a pouca quantidade de terras e a baixa escolarização. A transição para a agroecologia, com a diversificação produtiva e organização comunitária reduziu a dependência dos mercados convencionais e aumentou a autonomia, típica da condição camponesa, beneficiando-se de mercados específicos, como os instituídos por políticas públicas no Brasil.