Co-inoculação de Azospirillum brasilense e uso de gesso na amenização dos efeitos de deficiência hídrica e acidez no subsolo em soja.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kulika, Liandra Harine lattes
Orientador(a): Caires, Eduardo Fávero lattes
Banca de defesa: Etto, Rafael Mazer lattes, Barth, Gabriel lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Departamento de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3921
Resumo: A maioria dos solos brasileiros apresenta condições químicas desfavoráveis para o crescimento radicular em profundidade em decorrência de baixos teores de cálcio (Ca) e níveis tóxicos de alumínio (Al) no subsolo. As mudanças climáticas e o aquecimento global têm provocado secas cada vez mais intensas. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a influência da co- inoculação de Azospirillum brasilense e da aplicação de gesso agrícola na amenização dos efeitos de deficiência hídrica e acidez no subsolo em plantas de soja. O delineamento experimental empregado foi em blocos completos ao acaso, no esquema fatorial 3 × 2 × 2, com três repetições. Os fatores estudados foram: sem co-inoculação, com co-inoculação de A. brasilense (AbV5 e AbV6) e com co-inoculação de A. brasilense (AbV5 e AbV6) + aplicação de N-ureia na semeadura (25 kg N ha-1); sem e com aplicação de gesso; e sem e com limitação de água. Aos 50 dias após a emergência, aproximadamente no estádio de desenvolvimento R2 da soja, foi mensurada a taxa de fotossíntese líquida, a condutância estomática, a concentração de carbono intracelular e a transpiração foliar por meio do medidor IRGA, e os teores de clorofila a e b por meio do medidor de clorofila ClorofiLOG. A produção de massa seca da parte aérea foi mensurada e a extração de nutrientes pela parte aérea das plantas foi determinada. Após a retirada das plantas, as colunas de solo foram seccionadas nas camadas de 0–10, 10–20 e 20–50 cm e uma porção de solo de cada camada foi coletada para a realização de análises químicas. As colunas de solo seccionadas foram lavadas em água corrente e foram avaliadas a massa seca das raízes bem como o número e a massa seca dos nódulos. Os resultados mostraram que a co-inoculação das sementes de soja com A. brasilense não ocasionou benefícios evidentes no desenvolvimento da soja, independentemente das condições de deficiência de água e acidez no subsolo. Maiores benefícios foram obtidos quando a co-inoculação de A. brasilense foi associada com a aplicação de N-ureia na semeadura, especialmente para a absorção de Ca e a nodulação da soja. A co-inoculação de A. brasilense associada ao uso de gesso não potencializou o crescimento radicular da soja com o intuito de minimizar os efeitos negativos da acidez do subsolo, independentemente da condição hídrica durante o desenvolvimento das plantas. A aplicação de gesso aumentou os níveis de Ca e S-SO42- no perfil do solo, reduziu a saturação por Al no subsolo, melhorou a distribuição de raízes no perfil do solo e aumentou a absorção de Ca e a fotossíntese líquida na planta de soja. O estresse hídrico reduziu a condutância estomática (8 a 10%), a massa seca de raízes (16%), a absorção de N (26%), P (15%), K (14%), Ca (21%) e Mg (17%), o número (31%) e a massa seca (28%) de nódulos, e a produção de massa seca da parte aérea (25%) da soja. Considerando os danos causados pelo estresse hídrico no desenvolvimento da soja, práticas de manejo do solo que amenizem os efeitos da deficiência hídrica devem ser incentivadas.