Residual de composto de lodo de esgoto e inoculação com Azospirillum brasilense na fertilidade do solo, nutrição e desempenho agronômico na sucessão trigo e soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Alves, Rodrigo Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255395
http://lattes.cnpq.br/8537823221681736
https://orcid.org/0000-0001-7746-9729
Resumo: O composto de lodo de esgoto (CLE) apresenta em sua composição quantidades significativas de matéria orgânica e nutrientes de plantas, podendo ser fornecido como fertilizante orgânico. Alguns gêneros de bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCPs) como o Azospirillum e o Bradyrhizobium sp. também estão sendo amplamente utilizados na agricultura. Por outro lado, ainda são inexistentes informações sobre o uso de CLE como fertilizante orgânico associado ao uso de BPCPs e seus efeitos na agricultura tropical. Logo, objetivou-se com este estudo, avaliar o efeito residual de três aplicações do CLE na fertilidade do solo, nutrição de plantas, componentes morfológicos e de produção, produtividade e qualidade de grãos do trigo e soja com e sem inoculação de Azospirillum brasilense, em sistema plantio direto (SPD) na região do Cerrado. O experimento foi conduzido em condições de campo em Selvíria, MS, Brasil. Adotou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 5 × 2 + 1, sendo: cinco doses acumuladas de CLE (0.0; 15.0; 22.5; 30.0 e 37.5 Mg ha-1, base úmida) (1), com e sem (co)inoculação de Azospirillum brasilense e um tratamento adicional/controle com adubação mineral convencional (AMC). Nos anos agrícolas 2021/22 e 2022/23, foram avaliados: o estado nutricional, os componentes morfológicos e de produção, o ICF, a produtividade e a qualidade agroindustrial de grãos de trigo e de soja. Na soja foi avaliado o potencial de nodulação da cultura. Em amostras de solo coletadas nas camadas de 0.0–0.2 e 0.2–0.4 m de profundidade, foi monitorada a fertilidade do solo (MO, pH, CTC, H+Al, Al, SB, V, N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn). O efeito residual das doses acumuladas de CLE melhorou a fertilidade do solo nas duas camadas de modo similar ao tratamento com AMC, nos dois anos agrícolas, independentemente da inoculação. Exceto para os teores foliares de Cu e Mg, bem como para a dureza dos grãos de trigo, notou-se que a inoculação com Azospirillum brasilense não influenciou as variáveis analisadas em ambas as culturas. Notou-se adequada nutrição, com maior desempenho agronômico, qualidade agroindustrial e produtividade de trigo, com destaque para a maior dose acumulada de CLE (37.5 Mg ha-1). O mesmo foi observado para a cultura da soja, no entanto, a dose de 24.7 Mg ha-1 de CLE proporcionou a maior produtividade de soja (4990.12 kg ha-1), equivalente a 30% e 29% superior à produtividade atual média estadual e nacional, respectivamente. Embora não tenha sido observado efeitos da associação da inoculação de Azospirillum brasilense com as doses de CLE, notou-se que o residual das aplicações do fertilizante orgânico, melhorou a fertilidade do solo, suprindo as exigências nutricionais das culturas e aumentando a produtividade. Concluímos que o CLE pode ser aplicado como fertilizante orgânico na cultura do trigo e da soja, contribuindo para diminuir a dependência de fertilizantes minerais e garantindo adequada disposição final do lodo de esgoto sanitário.