Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Taques, Taís Ivastcheschen
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Orientador(a): |
Borges, Pollyanna Kássia de Oliveira
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Banca de defesa: |
Mendes, Elisa Donalisio Teixeira
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Muller, Erildo Vicente
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
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Departamento: |
Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3623
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Resumo: |
Alterações do processo de envelhecimento tornam a pessoa idosa vulnerável a infecções respiratórias e suas complicações. A progressão do início da infecção para a sepse pode ser imprevisível, portanto, são essenciais diagnósticos, tratamentos, conhecimentos sobre a frequência e fatores associados adequados para bons prognósticos. Buscou-se como objetivo geral analisar os fatores associados à sepse em idosos internados em UTI, com SRAG por COVID-19 e outras infecções respiratórias adquiridas na comunidade. Como objetivos específicos: descrever as características sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas de idosos internados em UTI com diagnóstico inicial de SRAG por infecção respiratória adquirida na comunidade; analisar as condições preditoras para o óbito de idosos internados em UTI com diagnóstico inicial de SRAG por infecção respiratória adquirida na comunidade; elaborar um modelo teórico- explicativo causal para a COVID-19 em idosos internados em UTI; conhecer a interdisciplinaridade do cuidado sob a perspectiva de profissionais de saúde. O estudo é fruto da pesquisa continuada “Estudos sobre vigilância em saúde, mortalidade e epidemiologia hospitalar”. Optou-se por apresentar os achados, por meio de quatro artigos, três com abordagem quantitativa e um qualitativo. Observou-se 204 idosos com sepse, dos quais 134 adentraram ao hospital com SRAG por COVID-19 e 70 com SRAG por outras infecções. O risco para a sepse, entre os pacientes que tinham SRAG por COVID-19, foi maior na presença de doenças crônicas neurológicas (RR=1,17; IC95% 1,09-1,26), dispositivos invasivos nutricionais (RR=1,25; IC95% 1,10-1,42) e urinários (RR=1,26; IC95% 1,12-1,42), quatro ou mais dispositivos (RR=1,17; IC95% 1,09-1,26), uso de antibiótico (RR=1,21; IC95% 1,01- 1,45), antiviral (RR=1,18; IC95% 1,07-1,30) e vasopressor (RR=1,24; IC95% 1,12-1,37), diagnóstico de sepse em prontuário (RR=1,14; IC95% 1,03-1,27) e choque séptico (RR=1,17; IC95% 1,09-1,26). Em pacientes com SRAG por outras infecções, o risco foi maior com uso de dispositivos invasivos nutricionais (RR=1,20; IC95% 1,02-1,40), urinários (RR=1,17; IC95% 1,02-1,36) e antibiótico (RR=1,59; IC95% 0,77-3,26). Dos 125 que faleceram, 89 (71,2%) estavam com COVID-19 e 36 (28,8%) com outras infecções respiratórias. Dispositivos invasivos urinários (RR=1,754; IC95% 1,360-2,263), sepse segundo o consenso Sepsis-3 (RR=3,555; IC95% 1,230-10,273) e a COVID-19 (RR=1,391; IC95% 1,086-1,781) foram preditores para o óbito. A complexidade das relações causais indica numerosos elementos com papel na produção de um efeito na teia e revela que a COVID-19 tanto pode ser compreendida como desfecho, como exposição. Em relação aos conceitos de interdisciplinaridade notaram-se falas sobre integração entre áreas de conhecimento, perante a sepse os profissionais expressaram várias definições e critérios diagnósticos, alguns coerentes outros não mais utilizados ou errôneos. Conhecer a interdisciplinaridade e colocar em prática potencializa prevenção, controle, confiança, resolução dos casos e redução de falhas. Conclui-se elevada incidência de sepse e óbito com uma diversidade de fatores associados, reforçando a necessidade da implementação de protocolo de diagnóstico precoce e manejo da sepse ainda na recepção do ambiente hospitalar. Maior reflexão e atuação sobre infecções respiratórias adquiridas na comunidade e sepse em populações específicas, como os idosos, considerando suas particularidades, para que a mortalidade seja diminuída e a qualidade de vida prolongada. Os profissionais de saúde descrevem o cuidado a pacientes sépticos sob a perspectiva da interdisciplinaridade como um atendimento integral e colaborativo, apesar de desafios de continuidade e comunicação a serem enfrentados. |