Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Rafael Follmann dos
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Orientador(a): |
Rosas, Celbo Antonio da Fonseca
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Banca de defesa: |
Souza, Edson Belo Clemente de
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Fraga, Paulo Cesar Pontes
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
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Departamento: |
Departamento de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3777
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Resumo: |
O interesse pela cannabis está em ascensão no Brasil e no mundo. Diversos motivos podem ser indicados como motores deste processo: a experiência com a descriminalização das drogas em alguns países na segunda metade do século XX e a descoberta das propriedades da cannabis medicinal são alguns dos que podem ter despertado a atenção da sociedade sobre esta planta. Muitas questões foram colocadas em xeque, como as reais consequências de fumar maconha, e, atualmente, também se questiona sobre até que ponto esses argumentos são válidos para justificar sua proibição, quando comparada com os prejuízos causados pela criminalização ou pelo consumo de outras drogas, legais e ilegais. Porém, mesmo este sendo um tema de debate crescente entre as ciências sociais, poucos são os estudos que investigam as geografias da cannabis. Definir uma metodologia para a identificação das Associações Canábicas abordadas nesta dissertação requer perceber as dificuldades que envolvem o estudo da cannabis na ciência geográfica. A proibição da cannabis e a estigmatização que esta planta sofreu ao longo do século XX impediu e repeliu iniciativas científicas de estudá-la, sua problematização espacial torna- se contraintuitiva ao se tratar de uma planta que, por lei, não deveria existir. Por outro lado, as Associações Canábicas que surgiram no Brasil e no mundo na virada do segundo para o terceiro milênio se apresentam como um potencial terreno para pesquisas espaciais, facilmente localizáveis. Como este modelo costuma surgir como forma de reivindicação de direitos de usuários recreativos e medicinais, o território pode ser uma categoria de análise chave para compreender a espacialidade do fenômeno. Estimativas apontam que no Brasil já existem cerca de 100 Associações Canábicas em atividade, sendo que, por meio deste trabalho, foram identificadas 13 delas atuando no estado do Paraná. Além aproximar os estudos da cannabis com a geografia, estudar as Associações Canábicas também é um tema de interesse de outras áreas do conhecimento ainda não introduzido na ciência geográfica, que também poderia contribuir na compreensão do fenômeno e no debate sobre as consequências positivas e negativas quando as Associações se apresentam como um modelo alternativo de políticas de drogas. Dessa forma, esta dissertação tem como objetivo principal compreender a territorialidade das Associações Canábicas em atuação no Paraná. Para tanto, buscou-se contextualizá-las dentro de uma geografia da cannabis; definir uma categoria de análise territorial para o fenômeno; identificar as Associações presentes no estado; entrevistar representantes institucionais e associados; e, por fim, caracterizar a territorialidade das Associações Canábicas no Paraná. Apesar de apresentar considerações sobre a territorialidade das Associações presentes no Paraná, uma consideração geral sobre a territorialidade das Associações Canábicas como um todo ainda está para ser construída através do estudo de outros contextos em que este modelo pode ser identificado. Espera-se que o presente trabalho também motive outros pesquisadores, especialmente da área da geografia, a investigarem sobre a cannabis e as Associações Canábicas. |