Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Kendrick, Denielli
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Orientador(a): |
Cruz, Gilmar de Carvalho
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Banca de defesa: |
Fernandes, Sueli de Fátima,
Tozetto, Susana Soares |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Departamento de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2440
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Resumo: |
A presente pesquisa, de abordagem qualitativa, propõe atingir dois objetivos: analisar a constituição da Língua Brasileira de Sinais – Libras como disciplina curricular obrigatória no curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Guarapuava/PR, e investigar o lócus da disciplina de Libras no currículo do curso e sua possível contribuição para a formação do pedagogo. Fundamenta-se teoricamente em Bourdieu com conceitos-chave de habitus, capital, campo, violência simbólica, estratégia e hierarquia dos saberes, o que inspira, para além de conhecer e definir seus conceitos, aplicar seu modus operandi de investigação, observar como são forjadas as noções a partir do objeto de pesquisa e das relações entre agentes e estrutura. Para a produção de dados, optou-se por entrevista não-diretiva. Os agentes participantes foram os docentes da disciplina de Libras e os docentes do Departamento de Pedagogia da UNICENTRO/G. Com a pesquisa, foi possível averiguar que o curso de Pedagogia tem por centralidade na formação a docência para Educação Infantil e anos iniciais. Há uma ideia recorrente entre os docentes de que as disciplinas de Fundamentos ocupam mais espaço no currículo. A disciplina de Libras e sua implementação no curso é de ordem legal, com pouca ou nenhuma mobilidade dentro do currículo, e a ela tem se atribuído um papel de formadora do pedagogo para o ensino de surdos, na perspectiva da inclusão educacional. Contudo, a responsabilidade da Libras é muito grande para as condições reais que ela ocupa dentro do curso. Portanto, há urgência em se pensar a configuração da disciplina e os conhecimentos de que ela trata, pois mesmo atrelada ao discurso da inclusão, historicamente tem sido considerada insuficiente pelos surdos por ser ambiente de instrução prioritariamente monolíngue. Como o aluno surdo aprende e como ensiná-lo perpassa pela língua, mas são necessárias metodologias específicas, resultando numa carga horária da disciplina que se apresenta insuficiente para esse fim. Ainda, constata-se que o papel do professor de Libras na Universidade tem nuances ímpares, mas o fato de sentir-se pouco valorizado no espaço acadêmico é limitador de suas práticas. A formação do professor surdo que atua na graduação também se destaca pela dificuldade dos professores surdos em dar continuidade à sua formação stricto sensu e, com isso, a pouca existência de capital institucionalizado que lhes confira maior participação e mobilidade no campo acadêmico. Por fim, há os confrontos internos dentro da comunidade surda, a tensão entre surdos e ouvintes fluentes em Libras e a especificidade para ser professor de Libras no ensino superior. As discussões sobre o tema concentram-se na questão audiológica e não necessariamente em competência profissional. |