Violência, direitos humanos e cultura de paz: da conjuntura à educação escolar.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Goss, Caroline Cristine de lattes
Orientador(a): Salles Filho, Nei Alberto lattes
Banca de defesa: Carmo, Gonçalo Cassins Moreira do lattes, Hammes, Lúcio Jorge lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
Departamento: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3536
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo compreender a construção social da violência no Brasil e suas relações com os Direitos Humanos, abrindo discussões necessárias sobre Cultura de Paz e Educação para Paz, como subsídio na análise da Lei 13.663/2018. Para alcançar tal objetivo, foi discutida uma trajetória histórica da manifestação da violência no Brasil, compreendendo conceitos importantes para reflexão, abrindo espaço para a discussão dos Direitos Humanos no Brasil e também o esforço da educação em construir uma Cultura de Paz. Como sugestão para esta construção, trazemos a abordagem das Cinco Pedagogias da Paz, como proposta metodológica. O estudo foi desenvolvido em uma perspectiva interdisciplinar, com caráter exploratório e qualitativo, dividida em dois momentos, pesquisa teórica e pesquisa de campo, para ilustrar a construção histórica abordada. Para construção da pesquisa teórica, buscamos amparo em Herrera Flores (2009), Lilian Schwarcz (2019), Salles Filho (2019), Rayo (2004), Paulo Freire (2002) entre outros grandes estudiosos. A pesquisa de campo ocorreu através da entrevista com profissionais da área da educação, foram elas, três secretárias da educação, três pedagogas e três professoras. Com o objetivo de compreender o que as mesmas entendem sobre conceitos importantes como Direitos Humanos, Cultura de Paz e Educação para Paz atrelados a Lei 13.663/2018. Os municípios participantes foram Ponta Grossa, Palmeira e Porto Amazonas, todos do estado do Paraná. Após coleta dos dados, foi utilizado a metodologia de análise de conteúdo para discussão e reflexão, com algumas modificações, mas seguindo a essência da autora Bardin (2016). Na apresentação dos dados foram utilizadas quatro categorias, as quais foram elegidas no momento em que foi feito o roteiro de entrevista, Cultura de Paz, Direitos Humanos, Violência Escolar e Educação para Paz. A partir das análises, podemos concluir que as profissionais da educação têm ciência sobre a lei 13.663 que trata da Cultura de Paz, no entanto, não entendem na íntegra como efetiva-la em suas salas de aulas. Compreendem a importância em desenvolver atividades e práticas voltadas a educação para paz, compreendem também que o conflito é inerente ao ser humano, sendo necessário saber mediá-lo através do diálogo. As educadoras sentem necessidade em formação continuada e capacitação para desenvolver temáticas interdisciplinares, sendo recomendada a construção de materiais mais específicos a serem ministrados em sala. Com o estudo, foi possível identificar que há uma necessidade latente em desenvolver práticas voltadas à Educação para Paz e que a formação continuada pode facilitar esse acesso. Observa-se, pelos discursos e pelas atividades citadas, que as escolas já vinham trabalhando na perspectiva da Cultura de Paz, sem saber ao certo disto. A abordagem das Cinco Pedagogias para paz, pode vir a ajudar todos esses profissionais da educação a encontrarem caminhos e estratégias para maior implementação de práticas cotidianas de Educação para Paz. De modo geral, observa-se a preocupação das profissionais da educação em construir essa Educação para Paz e todas afirmaram que a promulgação da Lei 13.663, veio oficializar algo que já deveria estar acontecendo há muito tempo, não só nas escolas, como em todos os espaços de socialização. A pesquisa de campo reforça os conceitos e reflexões realizadas ao longo da pesquisa e, pode-se observar que nossas raízes históricas violentas ainda afetam as relações sociais vigentes, o que nos faz refletir sobre a necessidade em desconstruir uma cultura de violência e lutar pela construção de uma Cultura de Paz.