Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Gustavo Simão
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Orientador(a): |
Urban, Vanessa Migliorini
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Banca de defesa: |
Mima, Ewerton Garcia de Oliveira,
Santos, Fábio André |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
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Departamento: |
Departamento de Odontologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2664
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Resumo: |
Objetivo: Esta Dissertação foi composta por dois estudos. O primeiro avaliou métodos de esterilização de dispositivos palatais acrílicos para uso animal, bem como realizou a contaminação dos mesmos com Candida albicans. Ademais, verificou-se a duração da candidose bucal induzida por diferentes protocolos em ratos Wistar imunocompetentes e a efetividade da indução da estomatite protética em ratos imunocompetentes sob antibioticoterapia. O segundo avaliou parâmetros histológicos e bioquímicos como marcadores da toxicidade aguda hepática, renal, pulmonar e gástrica causada pela administração via gavage de doses tóxicas de clorexidina (Clx) nesses animais. Material e métodos: No Estudo I, dispositivos acrílicos foram confeccionados a partir de moldagens dos palatos dos animais utilizando moldeiras individuais e poliéter. Verificou-se a esterilização dos dispositivos (n=5) por meio do uso de micro-ondas (MO), luz ultravioleta (UV), ultrassom (US) ou nenhum método (CN), a partir de análises da viabilidade das colônias e em espectrofotômetro. Então, realizou-se a contaminação dos aparatos com um biofilme de C. albicans, a qual foi confirmada por meio de contagem de Unidades Formadoras de Colônia (UFC)/mL (n=6) e microscopia confocal a laser (n=5). Posteriormente, 20 animais foram divididos em cinco grupos (n=4): Cn=nenhum protocolo; Di=cimentação de dispositivo estéril; In=inoculação de suspensão de C. albicans no palato, sem a utilização de dispositivos; Dc=cimentação de dispositivo contaminado com C. albicans; In+Dc=junção dos grupos In e Dc. Os ratos foram monitorados durante uma semana para verificar a presença de sinais clínicos de candidose bucal por meio de fotografias dos palatos e línguas. Foi realizada a contagem de UFC/mL a partir de coletas feitas nos palatos utilizando swabs. Ao final dos sete dias, realizou-se a eutanásia e os palatos e línguas foram removidos para análise histopatológica. Finalmente, outros animais submetidos aos grupos Cn (n=2), Di (n=6) ou In+Dc (n=6) receberam tetraciclina na água de beber 7 dias antes de serem submetidos aos protocolos. Após o período de instalação da infecção (4 dias utilizando os dispositivos), as mesmas análises foram realizadas. No Estudo II, dois grupos foram avaliados (n=9): CN=administração de 1,5 mL de água destilada (veículo) via gavage ou Clx=1,5 g/Kg de Clx diluída no veículo. Após 24 h, os animais tiveram seu sangue coletado e órgãos removidos. No plasma, foram analisados os níveis de ureia, creatinina e ácido úrico (para análise do funcionamento renal), transaminase glutâmico-oxalacética (TGO), transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina (FA) (para análise do funcionamento hepático), glicemia e lactato desidrogenase. Os órgãos foram avaliados por meio de análise histopatológica. Resultados: No Estudo I, o MO foi o único método que esterilizou os dispositivos (p<0,05; ANOVA 1-fator/Tukey HSD) e o protocolo de contaminação foi considerado adequado, com formação de biofilme composto por hifas e leveduras viáveis (1,2 x 106 UFC/mL). Não foram observadas alterações clínicas nos palatos dos animais. Foram observadas regiões despapiladas nas 11 línguas dos animais dos grupos In, Dc e In+Dc em até quatro dias após a indução da infecção. A recuperação de C. albicans a partir das coletas foi considerada baixa e os maiores valores foram obtidos no grupo In+Dc. Histologicamente, os tecidos apresentaram-se sem alterações epiteliais e no conjuntivo. Estando os animais sob antibioticoterapia, o valor recuperado de C. albicans foi 10 vezes superior para o grupo In+Dc após a instalação da infecção (1,3 x 104 UFC/mL). Foram observados eritema puntiforme e edema tecidual no palato e despapilação na língua desses animais. Histologicamente, foram observados microabscessos e infiltrado inflamatório no palato, além de invasão fúngica no epitélio das línguas. No Estudo II, a Clx provocou perda de peso (p=0,001) e redução no consumo de ração (p=0,008; ANOVA 2-fatores de medidas repetidas/Tukey HSD) e aumento nos níveis de TGO (p=0,026) e TGP (p=0,009) e redução nos níveis de FA (p=0,020; teste T nãopareado). Histologicamente, foram encontradas maiores alterações hepáticas (p=0,009; teste Qui-quadrado) para os animais do grupo CN e maiores alterações gástricas (p=0,05), para o grupo Clx, os quais apresentaram danos moderados (escore 3). Conclusão: No Estudo I, o método MO esterilizou os dispositivos; biofilme de C. albicans foi formado sobre os mesmos e a estomatite protética em animais sob antibioticoterapia foi evidenciada macroscopicamente, microscopicamente e histologicamente. No estudo II, a Clx administrada por gavage causou hepatotoxicidade e danos gástricos nos animais. |