Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Duart , Vanderson Modolon
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Orientador(a): |
Caires, Eduardo Fávero
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Banca de defesa: |
Schmidt, Fabiana,
Crusciol, Carlos Alexandre Costa |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
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Departamento: |
Departamento de Agronomia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2776
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Resumo: |
No Estado de Santa Catarina (SC), o arroz irrigado é tradicionalmente cultivado no sistema pré-germinado. Porém, nos últimos anos, com o advento da tecnologia Clearfield®, o sistema de cultivo mínimo vem ganhando espaço, chegando próximo de 30% da área cultivada nesse sistema. Isso tem gerado demandas por informações referentes à correção da acidez do solo pelo fato dessas áreas permanecerem drenadas até o estádio de desenvolvimento V3-V4 das plantas de arroz. Nesse período, não ocorre o fenômeno conhecido como “autocalagem”, podendo assim ser necessária a correção da acidez do solo nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas, com aplicação de calcário para manter o potencial produtivo da cultura. Outra demanda por informações é referente ao uso de gesso agrícola na cultura do arroz irrigado. Este produto vem sendo estudado em diversas culturas de sequeiro, mas são poucos os estudos que demonstram os efeitos de sua aplicação na cultura do arroz, especialmente em áreas alagadas. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações químicas do solo e a resposta do arroz irrigado em sistema de cultivo mínimo/solo seco em função da aplicação de calcário dolomítico e gesso agrícola. Os experimentos foram realizados em duas localidades na região sul do Estado de SC. O experimento 1 foi realizado na cidade de Santa Rosa do Sul nas safras de 2013/14, 2014/15 e 2015/16, em um solo com baixa saturação por Al3+, e o experimento 2 foi realizado na cidade de Praia Grande, na safra de 2017/18, em um solo com alta saturação por Al3+. O delineamento experimental empregado, em ambos os experimentos, foi o de blocos ao acaso em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. Nos dois experimentos, empregaram-se, nas parcelas, três doses de calcário dolomítico, além de um tratamento controle sem calcário, correspondendo a 0, 0,5, 1,0 e 1,5 vezes a necessidade de calagem estimada pelo método do tampão SMP para elevar o pH em água a 5,5 (0, 2, 4 e 6 t ha-1 no experimento 1 e 0, 2,4, 4,8 e 7,2 t ha-1 no experimento 2) e, nas subparcelas, foram aplicadas três doses de gesso agrícola (2, 4 e 6 t ha-1), além de um tratamento controle sem gesso. O arroz foi semeado em sistema de cultivo mínimo, com exceção da safra 2015/2016 no experimento 1, a qual foi manejada no sistema pré-germinado. Os efeitos da calagem e do gesso nos atributos químicos do solo foram semelhantes nos dois experimentos, apresentando respostas similares aos estudos realizados em solos drenados de terras altas sem irrigação. A calagem foi eficiente em corrigir a acidez do solo na camada de incorporação, aumentando o pH em CaCl2 e os teores trocáveis de Ca2+ e Mg2+, e diminuindo os teores trocáveis de Al3+. No experimento 1, as doses de calcário praticamente não influenciaram as concentrações de nutrientes na folha bandeira do arroz. No experimento 2, houve aumento na concentração de Mg e diminuição nos teores de Ca e S na folha bandeira do arroz com o incremento das doses de calcário; as doses de calcário também aumentaram a exportação de Ca pelos grãos e a extração de Mg pelas plantas, e diminuíram a extração de K e S pelas plantas e a exportação de S pelos grãos. As doses de gesso agrícola, nos dois experimentos, aumentaram os teores de Ca2+ e S-SO42- no perfil do solo (0-60 cm) já no primeiro cultivo, cujos efeitos se estenderam até os 33 meses após a aplicação, e diminuíram os teores de Al3+ no solo após 33 meses da aplicação. No experimento 1, houve aumento nas concentrações de P, K, Ca e S na folha bandeira do arroz nos três cultivos, e também no teor foliar de N no 1° cultivo, com as doses de gesso. No experimento 2, as doses de gesso aumentaram a concentração de S na folha bandeira do arroz, a extração de P e S pelas plantas, as concentrações de P, K, Ca e S nos grãos, bem como a exportação de K, Ca, Mg e S pelos grãos. Os componentes de rendimento, analisados somente no experimento 2, não foram influenciados significativamente pela calagem. Apesar de os benefícios na correção da acidez do solo proporcionados pela calagem, não houve resposta positiva na produtividade do arroz com as doses de calcário aplicadas nos dois experimentos e, ainda, no primeiro cultivo do experimento 1, as doses de calcário deprimiram a produtividade de arroz. Esses resultados revelaram que a calagem foi desnecessária na cultura de arroz irrigado com o objetivo de aumentar a produtividade de híbridos com alto potencial produtivo. As doses de gesso aumentaram o número de panículas por m2, o peso de 1000 grãos, o número de grãos por panícula, o número de grãos cheios por panícula e o peso da panícula. A produtividade do arroz irrigado foi aumentada com doses de gesso de forma consistente, nos dois experimentos. Concluiu-se que existe grande potencial de uso do gesso agrícola na cultura do arroz irrigado em sistema de cultivo mínimo visando aumentar a eficiência da utilização dos nutrientes do solo e a produtividade de grãos de híbridos com alto potencial produtivo. |