ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS FLORESTAS RIPÁRIAS DO RIO PITANGUI, PARANÁ, BRASIL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nogueira, Melissa Koch Fernandes de Souza lattes
Orientador(a): Moro, Rosemeri Segecin lattes
Banca de defesa: Furstenberger, Cyntia Beatriz, Parolin, Mauro, Stevaux, Josè Cândido, Pinto, Maria Ligia Cassol
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Doutorado em Geografia
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2671
Resumo: O rio Pitangui, de curso antecedente, é afluente da margem direita do rio Tibagi e percorre três municípios (Castro, Carambeí e Ponta Grossa) da região centro-leste do estado do Paraná. Embora todo o seu curso esteja submetido ao mesmo tipo climático, Cfb de Köeppen, e mesma unidade fitogeográfica, Floresta Ombrófila Mista, a diferença altitudinal e distintas litotipias representadas pelo degrau topográfico da Escarpa Devoniana, e a consequente separação entre os Planaltos Paranaenses, determinam diferenças geo-morfo-hidro-pedológicas marcantes. Foram selecionadas dez estações amostrais ao longo do rio nos dois planaltos, e para cada estação foram: a) alocadas nove parcelas de 5 x 10 m dispostas em três linhas paralelas à margem do rio, onde foram mensurados e identificados todos os indivíduos com DAP ≥ 5 cm; b) foram instalados e mensurados três poços hídricos (1,20 cm x 5,0 cm) e c) realizadas análises químicas e físicas dos solos. Foi observado que a variação do nível do lençol freático e a composição dos solos são os principais fatores determinantes das variações florísticas e estruturais identificadas ao longo do curso do rio. No Primeiro Planalto Paranaense (PPP), o Ambiente Ripário 1, caracteriza-se por relevo plano sujeito a inundações permanentes ou periódicas, com vegetação hidrófila a higrófila sobre solos hidromórficos a semi-hidromórficos. As espécies mais importantes foram Sebastiania commersoniana, Erythrina crista-galli, Symplocos uniflora e Sebastiania brasiliensis. Ainda no PPP, o Ambiente Ripário 2, constitui área ecotonal com a Represa de Alagados, trata-se de um ambiente mais alçado, com vertente moderada pouco sujeito a inundações, com vegetação mesófila sobre solos não-hidromórficos, cuja espécie mais importante foi Nectandra grandiflora. No Segundo Planalto Paranaense (SPP), o Ambiente Ripário 3, representado por relevo plano a suave ondulado, com vegetação mesófila que se desenvolve sobre solos preferencialmente não-hidromórficos. As espécies mais importantes foram Nectandra grandiflora e Eugenia uniflora. Em todos os ambientes os solos são sempre ácidos, com elevado conteúdo de carbono total nas camadas superficiais e percolação de fósforo nas estações amostrais próximas a cultivos agrícolas. A distribuição dos grupos funcionais de espécies mesófilas, higrófilas e hidrófilas se revelou bom indicador da variação do nível freático. Na escala de paisagem percebe-se que os fenômenos multiescalares seguem subordinados, ou seja, a modelagem do substrato geológico determina a flutuação do freático e a formação e distribuição de solos, e esse por sua vez, determina a cobertura vegetal. Estudos integrados desse porte fornecem subsídios seguros para programas de restauração florestal em ambientes ripários.