Necropolíticas Espaciais e a Instituição de Masculinidades de Jovens Homens envolvidos na Violência Homicida na Cidade de Ponta Grossa, Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gomes, Fernando Bertani lattes
Orientador(a): Silva, Joseli Maria lattes
Banca de defesa: Turra Neto, Nécio, Montenegro Gómez, Jorge Ramón
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Doutorado em Geografia
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2518
Resumo: A presente tese tem como objetivo compreender como se instituem as masculinidades de jovens homens moradores de periferias pobres envolvidos na violência homicida em processo de negociação com as necropolíticas espaciais. Dessa forma, foi tomada como recorte espacial a cidade de Ponta Grossa, Paraná. A operacionalização da pesquisa envolve dois caminhos de investigação relacionados entre si. A primeira é organizada através da análise documental de 86 inquéritos policiais de homicídio registrados entre 2012 e 2015 no município de Ponta Grossa. E a segunda se refere à análise qualitativa através de entrevistas semi-estruturadas que foram feitas com dois grupos de pessoas, 15 adolescentes com envolvimento com as drogas e moradores de áreas periféricas pobres e sete jovens com envolvimento direto em pelo menos um assassinato. Os casos de homicídios são caracterizados por sua concentração em áreas periféricas pobres envolvendo prioritariamente homens jovens, geralmente negros e que possuem algum envolvimento com as drogas ilícitas. As áreas que concentram a violência no espaço urbano são compostas por espacialidades relacionais que possibilitam com que os assassinatos continuem massivos e com previsibilidades. O cotidiano de adolescentes e jovens que vivenciam espaços de violência é marcado por momentos e lugares de maior e menor tensão. Essa descontinuidade é marcada na trajetória de vida inclusive de jovens homicidas. Sendo a violência, dessa forma, continuada por uma rede entre espacialidades que se utilizam da violência corporal como agente inter-relacional. A instituição da masculinidade para esses meninos é engendrada em atividades de drogadicção e atos infracionais, ao mesmo tempo em que a violência se dispõe a comunicar e orientar posicionamentos nas relações de forças da composição de uma hegemonia local da masculinidade. A presença espacial da violência de morte não se faz somente por meio de lugares violentos, mas seu empenho é multiescalar e relacional. A contenção espacial provinda de uma gestão da morte violenta orientada para um estrato específico da população produz uma relação perversa com os aspectos mais íntimos para esses jovens, desde sentir-se homem, manter-se vivo ou interagir com os pares identitários.