Otimização da extração de compostos fenólicos de brácteas estéreis de Araucaria angustifolia baseado nas propriedades químicas e bioatividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fischer, Thaís Estéfane lattes
Orientador(a): Alberti, Aline lattes
Banca de defesa: Zielinski, Acácio Antonio Ferreira lattes, Nogueira, Alessandro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Departamento de Engenharia de Alimentos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3627
Resumo: As brácteas estéreis, que representam aproximadamente 80% da pinha de Araucaria angustifolia, são uma fonte de compostos fenólicos que apresentam atividade antioxidante e antimicrobiana. Esses compostos podem ser recuperados e aplicados em produtos alimentícios, objetivando o aumento do teor de compostos bioativos, atividades antioxidante e antimicrobiana, bem como propriedades funcionais. Sendo assim, a extração desses foi otimizada utilizando a metodologia de superfície de resposta através do planejamento Box Behnken. A caracterização fenólica foi realizada por meio da quantificação do teor de compostos fenólicos totais, flavonoides totais, flavonóis e taninos condensados, enquanto que a quantificação e identificação de compostos fenólicos individuais foram realizadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. A atividade antioxidante foi avaliada por métodos baseados na captura dos radicais 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) e 2,2’-azinobis(3- etilbenzenotiazolina)-6-sulfônico (ABTS), e pelos métodos de poder antioxidante redutor férrico (FRAP) e capacidade antioxidante redutora cúprica (CUPRAC). A atividade antimicrobiana foi avaliada quanto a concentração inibitória mínima pela técnica de microdiluição em caldo, enquanto a atividade antiglicêmica foi realizada por meio da inibição da α-glucosidase. A análise de atividades baseada em células foi realizada por meio das análises de citotoxicidade, antioxidante celular, anti-inflamatória e antiproliferativa. A otimização indicou condições ótimas de extração quando obtidas com etanol 60% (v/v), razão soluto/solvente de 1:38 (p/v) e à temperatura de 80 ºC. Os compostos observados no extrato foram o ácido gálico, catequina, epicatequina, quercetina e kaempferol, os quais estão relacionados com propriedades bioativas. O extrato apresentou elevados teores para as classes fenólicas e atividade antioxidante pelos métodos analisados. A atividade inibitória na concentração de 10.000 µg/mL foi de 81,3%, 86,9%, 83,5% e 79,7% para Staphylococcus aureus, Enterococcusspp., Salmonella spp. e Escherichia coli, respectivamente, enquanto para Lactobacillus brevis o extrato inibiu 27,9% e 19,5% nas concentrações de 15.000 e 10.000 µg/mL, respectivamente. Porém, em menores concentrações L. brevis demonstrou resistência, indicando que o extrato poderia ser aplicado em produtos lácteos fermentados, visando a obtenção de um produto funcional, devido sua propriedade antiglicêmica, a qual demonstrou atividade inibitória de α-glucosidase aproximadamente 10 vezes superior ao fármaco utilizado para esta finalidade. O extrato não apresentou atividade antioxidante celular e anti-inflamatória, mas apresentou atividade antiproliferativa contra células tumorais (carcinoma de estômago, intestino e mama). Entretanto, o extrato apresentou toxicidade para as células não tumorais PLP2 (GI50 = 41 ± 3 µg/mL) e VERO (GI50 = 75 ± 7 µg/mL). Portanto, estudos futuros podem ser realizados para elucidar mais informações sobre a atividade tóxica do extrato para aplicar em alimentos, inclusive com outros métodos de extração e solventes.