O espaço em Terra de Caruaru: uma topoanálise dos principais ambientes da obra de José Condé

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gouveia, Davi da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2529
Resumo: Esta dissertação tem como principal objetivo analisar a construção do espaço literário e suas implicações para o desdobramento do enredo e constituição das personagens no romance Terra de Caruaru, do autor caruaruense José Condé. A narrativa, publicada pela primeira vez em 1960, revela-se como composição das reminiscências do autor, que recupera, retrata, inventa e reinventa o processo de desenvolvimento da sua Caruaru dos tempos de infância na década de 1920. A cidade antes configurada como fazenda passa por transformações sintomáticas dos tempos modernos, representadas pelo advento da indústria que faz surgir os primeiros automóveis, do comércio que movimenta a economia local, da construção de palacetes, praças, igrejas, pontes, teatro, dentre tantos outros espaços que proporcionam a urbanização e outras renovações e inovações marcantes nas manifestações culturais e fenomenológicas do povo daquela região. Nessa ótica, a obra referencia, dentre tantos aspectos, a relevância do espaço para a constituição das personagens e seus efeitos de sentido. Como referencial teórico, estabelece-se diálogo com estudiosos da geografia, da topologia e, sobretudo, do espaço literário, dentre os quais se destacam Milton Santos (2009), Raymond Williams (2011), Bachelard (1978), Borges Filho (2007; 2009), entre outros. Esses teóricos contribuíram ao fornecer conceitos sobre rural e urbano, cenário e natureza, ambiente e paisagem, toponímia, topofilia e assim por diante. O percurso metodológico perpassa desde a apresentação do romance e sua interface com as teorias espaciais e topoanalíticas até uma topoanálise dos principais ambientes representados na narrativa, tais como a fazenda, a feira, a bodega, o cemitério, o teatro, o sertão etc. Os resultados do estudo demonstraram que, neste romance, o enfoque não reside em qualquer personagem especial, mas na retratação da própria cidade que, com seus macro e microespaços, permite ser apontada como a real protagonista. Além disso, notou-se também a influência recíproca entre sujeitos e espaço, com destaque para como os indivíduos podem ser afetados pelo espaço circundante. Portanto, este estudo não somente analisa o espaço literário no romance, mas discute seus efeitos e influências no comportamento e posição social das personagens.