Obscenidade do abandono: a devastação feminina em Marilene Felinto
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2613 |
Resumo: | A literatura de ficção tem emergido como um lugar de observação das representações construídas acerca das relações de gênero, sendo sobre a personagem que melhor se pode sentir as modificações sofridas pelos sujeitos reais. Estudos sobre a representação do feminino na literatura têm problematizado o comportamento de algumas personagens mulheres na contemporaneidade que, mesmo após as conquistas do movimento feminista e da revolução sexual, continuam revelando uma extrema dependência psíquica e afetiva do masculino. Apostando-se, assim, que a linguagem literária pode aproximar-se da complexidade da realidade, este trabalho propôs-se, através de uma obra brasileira contemporânea, intitulada Obsceno Abandono: amor e perda (2002), cuja autoria é de Marilene Felinto, a discutir essa constância na representação da posição feminina na relação amorosa, a partir de um conceito advindo da psicanálise – o de devastação. A fim de cumprir com esse objetivo, utilizou-se as contribuições freudo-lacanianas, assim como alguns autores que pensam sobre o mal-estar contemporâneo. Para a psicanálise, homens e mulheres assumem posições diferenciadas no amor, havendo um modo de gozar masculino e outro feminino. No caso da mulher, a demanda de amor que dirige ao seu parceiro é infinita, o que impossibilita uma reciprocidade por parte deste, podendo levá-la à devastação. Na obra analisada, a narradora-personagem repete o traço de devastação que vem sendo observado nas atuais obras de autoria feminina. Através da análise das falas desta personagem pôde-se refletir sobre essa constância, não como um sujeitamento ao masculino, mas como algo que resiste na questão do feminino e que emerge no sujeito mulher, denunciando algo de sua subjetividade. Concluiu-se que não importa muito se a mulher é contemporânea ou não, seja na realidade ou na ficção, ela não quer renunciar ao desejo de ser amada, podendo submeter-se, para lograr êxito em seu intuito, a toda sorte de coisas, devastando seu ser e aniquilando-se enquanto sujeito. No entanto, o amor não oferta à mulher apenas essa posição de devastada, podendo ser o meio para atingir uma felicidade extrema, desde que ela possa consentir com o ato de amor, prestando-se a funcionar como objeto causa de desejo para um homem |