O diabo entrou na igreja: carnalização do sagrado em “Charivari”, de Lourdes Ramalho
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2494 |
Resumo: | Este trabalho versa sobre a ressignificação do charivari na obra homônima de Lourdes Ramalho (1997), com a finalidade de demonstrar a carnavalização dos valores morais e dos princípios éticos instituídos pela Igreja medieval e as transformações sofridas através da construção literária da referida autora. Embasados nos aportes teóricos sobre cultura e literatura popular por Burke (1989), na perspectiva da carnavalização por Bakhtin (1999) e da sátira menipéia por Vasconcelos (1996), dos estudos teóricos sobre o charivari medieval por Minois (2003) Berthold (2001) e Trompson (1998), das noções do sexo como desvio e danação por Barros (2001) Richards (1993) e Sucuteri (1985), e pela concepção do imaginário simbólico estudado por Durand (2002), demonstramos a dessacralização e a valorização do Eros exacerbado condizente com as ações dos personagens com ênfase no sentido simbólico, metafórico e alegórico da atuação do Diabo como agente transformador desse processo. Utilizando um método comparativo, demonstramos através da análise das ações dos personagens, tanto o conteúdo da obra ramalhiana, quanto ás semelhanças e diferenças entre esta obra e o charivari medieval, para concluir que, apesar das semelhanças estruturais, formais e conteudísticas entendemos que a diferença está na função do charivari de Lourdes Ramalho, que ao contrário do medieval que tinha como finalidade execrar defeitos, vícios e limitações humanas no que concerne à infidelidade conjugal e aos comportamentos sexuais reprováveis pela Igreja, tanto libera quanto exalta o prazer erótico absoluto. |