Tratamento de lixiviado de aterro sanitário por processo fenton: Identificação dos compostos orgânicos, caracterização do lodo e ensaios ecotoxicológicos
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental - PPGCTA |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3222 |
Resumo: | Os lixiviados são caracterizados por uma elevada carga orgânica, macro poluentes inorgânicos, metais pesados e compostos orgânicos xenobióticos que, mesmo estando presentes em baixas concentrações, conferem ao lixiviador significativo um alto poder poluidor. Um dos desafios da atualidade, do ponto de vista ambiental, é tratar de forma eficiente o lixiviado proveniente de aterros sanitários, principalmente devido à heterogeneidade de sua composição que pode variar tanto de aterro para aterro, quanto de acordo com a idade do mesmo. Devido a esta grande variação na sua composição, os tratamentos convencionais utilizando processos biológicos não são suficientes para atender aos padrões de lançamento vigentes, principalmente quando o lixiviado é velho. Uma alternativa para o tratamento de lixiviado de aterro sanitário é a utilização de Processos Oxidativos Avançados (POA) que são caracterizados pela produção de agentes oxidantes poderosos, como os radicais hidroxila (OH•). Existem vários tipos de POA, mas um que se destaca é o processo Fenton, uma vez que sua viabilidade para o tratamento de lixiviados deve‐se à simplicidade de sua aplicação, pois as reações ocorrem à temperatura e pressão ambientes, necessitam de reagentes e equipamentos simples e agem de forma não seletiva provocando a mineralização de vários compostos. Na presente pesquisa objetivou-se utilizar o processo Fenton no tratamento do lixiviado do Aterro sanitário do município de Puxinanã no estado da Paraíba. O estudo compreendeu a caracterização do lixiviado bruto e tratado e do lodo formado e testes de ecotoxicidade do sobrenadante. Na primeira etapa da caracterização convencional observou-se que o processo Fenton foi eficiente na remoção de 87% da DQO, 98% da cor real, 74% do COD e remoção superior a 70% de DBO. A relação DBO/DQO do lixiviado tratado duplicou. A produção do lodo foi de, aproximadamente 98 kg/m3, 89% de umidade e moderada resistência específica a filtração (12x10^9cm/g). Foram identificados 152 compostos orgânicos no lixiviado bruto. Destes, 80% foram removidos pelo processo Fenton, o que resultou num lixiviado tratado com 83 compostos orgânicos dos quais 30 compostos não foram removidos e 53 novos compostos foram gerados. Os ensaios toxicológicos demonstraram que, embora o tratamento por Fenton tenha alcançado boa eficiência na remoção de vários parâmetros físico-químicos e se tenha aumentado a relação DBO/DQO para 0,7, o lixiviado tratado ainda permaneceu tóxico. O lixiviado tratado é três vezes mais tóxico ao bioindicador Daphnia magna que o lixiviado bruto. O teste de BMP demostrou que a produção de biogás no lixiviado tratado é de 19 L/gDQO e, no lixiviado bruto, é de 3 L/gDQO, nas mesmas condições. O teste de respirometria evidenciou que no lixiviado tratado a DQO lentamente biodegradável é superior a 90%, o que resultou numa diminuição de 20% na TCO pelos microrganismos. |