Plantas medicinais usadas por indígenas potiguara na Paraíba: prospecção para o controle biológico do Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Eduardo Marcelino Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação - PPGEC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3846
Resumo: A etnia Potiguara detém diversificado conhecimento tradicional para o tratamento de doenças, sendo uma alternativa terapêutica usada desde épocas remotas. Além do uso para finalidade medicinal, as plantas possuem outras aplicabilidades no controle biológico de vetores, como por exemplo o Aedes aegypti, mosquito que exige grande atenção visto que propaga diversas arboviroses, possuindo capacidade adaptativa e resistência aos inseticidas. Os bioinseticidas tem demostrado eficiência na contenção biológica além de causar impactos ambientais mínimos quando comparados aos tradicionalmente inseticidas químicos. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento do conhecimento tradicional do povo indígena Potiguara acerca das plantas medicinais utilizadas nas aldeias São Francisco e Tramataia. O método de amostragem foi o Snowball. Foram investigandos os possíveis efeitos inseticidas “in vitro” de extratos vegetais sob larvas de Aedes aegypti. Os métodos extrativos empregados foram maceração, turbólise e ultrassom nas concentrações de etanol a 30, 50 e 70%. Foram indicadas 75 espécies pertencentes a 40 famílias botânicas cujo as mais citadas foram Fabaceae e Lamiaceae. São usadas no tratamento de 49 tipos de doenças, distribuídas em 15 categorias de acordo com o Centro Brasileiro de Classificação de Doenças. As partes das plantas mais empregadas foram a folha e a casca. Alpinia zerumbet obteve o valor máximo de importância relativa (IR = 2,00), Stryphnodendron adstringens, foi a espécie mais citada e de maior valor de uso (VU = 0,63) e Avicennia schaueriana (IR =1,00; VU = 0,12) foi indicada para o uso como antídoto em casos de intoxicação pela ingestão acidental da tetrodotoxina. Verificou-se ainda que a espécie Phyllanthus niruri apresentou uma predisposição para a liberação de componentes bioativos em soluções de características mais aquosas que etanólicas, sendo a única das experimentadas a apresentar atividade tóxica larvicida em todos os métodos utilizados, causando necrose dos tecidos larvais. As concentrações letais CL50 e CL90 mais efetivas (μg/ml) foram obtidas em tratamentos com extrações hidroetanólicas a 50%. O extrato que apresentou o melhor índice de mortalidade sobre Aedes aegypti foi o Ultrasson com extração etanólica a 30% oferecendo potencial para aplicação larvicida contra o vetor.