“Cemitério dos vivos”: costurando histórias institucionalizantes pós reforma psiquiátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Amanda Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4952
Resumo: A loucura tem sido objeto de exclusão desde o final da idade média, onde o louco passou a sofrer os mesmos processos de exclusão que os leprosos, fazendo com que esses sujeitos fossem retirados do convívio social, com o intuito de manter uma limpeza comunitária. Com isso, no século XVII tem-se a criação institucional das internações psiquiátricas, assim abrindo portas para a concepção dos manicômios. Desse modo, nos meados do século XX, os manicômios foram considerados o modo terapêutico mais eficaz para reestabelecimento do indivíduo. Portanto, tal fato foi gerador de diversas discussões desde a década de 70, em decorrência de denúncias de maus tratos e privação de direitos, dentro de hospitais psiquiátricos, acarretando em diversos movimentos que mudaram o cenário do cuidado a loucura, até os dias atuais. Desse modo, ao conhecer a percepção de quem vivenciou o momento da internação, traz a fala como um possível lugar de denúncia diante os hospitais psiquiátricos ainda existentes, podendo dessa forma legitimar o discurso do doente mental. O estudo obejtiva conhecer as histórias e vivências dos usuários que passaram pela internação psiquiátrica após o processo da Reforma. Tratou-se de um estudo qualitativo, com análise e suporte teórico de dados terá a perspectiva teórico-metodológica a História Oral Temática que se caracteriza como uma narrativa de um fato, de quem presenciou um acontecimento ou que pelo menos tenha alguma nuance que seja discutível, sendo realizada no Centro de Atenção Psicossocial III, da cidade de Campina Grande-PB, com os usuários do serviço que passaram por algum episódio de internação psiquiátrica, e que estavam devidamente cadastrados no serviço. O estudo contou com 6 colaboradores, no qual a coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista com roteiro semiestruturado. Ao analisar as oralidades, foi possível perceber que mesmo após as mudanças existentes a Reforma Psiquiátrica ainda existem relatos de maus tratos, privações de direitos e fatos determinantes para a perpetuação da cronificação de doenças dentro dos hospitais psiquiátricos. Nesse sentido, esse estudo se constitui como um instrumento na defesa de uma sociedade sem manicômios, e no fortalecimento de direitos, a formação dos profissionais de saúde em ética e humanização do cuidado, e o investimento em serviços comunitários de saúde mental como alternativa aos internamentos prolongados em hospitais.