Lesões maxilofaciais em crianças e adolescentes vítimas de causas externas atendidas em um serviço de referência: Um estudo retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Naiana Braga da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Odontologia - PPGO
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4198
Resumo: Introdução: Morbidades decorrentes de causas externas são frequentes entre crianças e adolescentes e as consequências desses eventos podem ser responsáveis por limitações temporárias ou permanentes, sendo importante conhecer sua etiologia para o planejamento de ações preventivas. Objetivo: Caracterizar o perfil demográfico de crianças e adolescentes hospitalizadas por causas externas atendidas em um hospital de referência e sua associação com a presença de lesões maxilofaciais. Método: Estudo documental, retrospectivo, do tipo censitário, que avaliou prontuários médicos de vítimas com idades entre 0 a 19 anos hospitalizadas por causas externas nos anos de 2016 e 2017. Dois pesquisadores treinados coletaram informações referente ao sexo, idade, horário de atendimento, etiologia da internação, regiões do corpo atingidas pelo trauma e características das lesões maxilofaciais. Os dados foram analisados por meio de análise bivariada, com os do testes qui-quadrado e exato de Fisher, e análise multivariada, com regressão de Poisson com estimador robusto, adotando se nível de significância de 5%. Finalizadas as etapas de pesquisa, a escrita do trabalho foi organizada de forma a proporcionar a construção de dois produtos científicos, apresentados sob a forma de artigos, com a apresentação geral das informações sobre causas externas e especificamente sobre acidentes de transporte e suas associações com as lesões maxilofaciais. Resultados: No primeiro artigo, observou-se que as lesões de face corresponderam a 15,3% dos casos, com 56,7% das ocorrências exibindo fraturas maxilofaciais, sendo o terço médio da face sendo mais acometida (38,2%). A análise multivariável ajustada apontou associação com o final de semana (RP = 0,368, IC 95 = 0,152-0,891), sendo 4 vezes maior a prevalência de lesão maxilofacial na ocorrência de violência (RP = 4,224, IC 95 = 1,935-9,219). Identificou se ainda que 75% das internações foram de indivíduos do sexo masculino, em sua maioria adolescentes (66,5%), acometidos no período noturno (41,2%). Os acidentes de transporte foram a causa mais comum (62,6%) entre os adolescentes, enquanto para as crianças predominaram as quedas (49%). A região de membros superiores foi a mais atingida (41,7%). Para o segundo artigo, as lesões maxilofaciaias estiveram presentes em 16,2% das vítimas de acidentes de transporte, com 75,3 de fraturas maxilofaciais, estando a mandíbula como o osso mais acometido. Observou-se que o envolvendo de motocicletas foi os mais prevalente (68,3%), sendo os adolescentes os mais afetados (81,3%), diferente do que ocorreu com as crianças, que estiveram mais envolvidas em acidentes na condição de pedestre. O aumento da idade revelou um aumento na prevalência do desfecho, com associação significativa na análise multivariada final (p<0,001). Fim de semana aumenta a prevalência de ocorrência de acidentes de transporte. Conclusão: As lesões maxilofaciais apresentaram associação com final de semana, além de quatro vezes maior prevalência desse desfecho entre as vítimas de violência, sendo a mandíbula o osso mais afetado em fraturas maxilofciais nas ocorrências por acidente de transporte. Foram mais prevalentes ocorrências de causas externas entre indivíduos do sexo masculino, adolescentes, com causa de internação predominante por acidentes de transporte, sendo a região dos membros superior a mais acometida. Os acidentes de transporte envolvendo motocicletas foram mais frequentes, sendo os membros inferiores os mais atingidos nesse desfecho.