As escritas surdas como artefatos culturais mediadores de reflexões a respeito das crenças sobre a surdez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Menezes, Ronny Diogenes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação Profissional em Formação de Professores - PPGPFP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/2933
Resumo: As relações entre surdos e ouvintes, geralmente, são permeadas por preconceitos e visões estereotipadas e, por conta disso, muitas vezes, essas pessoas com surdez são invisíveis em nossa sociedade, pois ser ouvinte é considerado com uma posição superior a ser surdo. Tomando como ponto de partida a questão: Como fazer visível a cultura surda na comunidade ouvinte? esse trabalho teve por objetivo identificar as crenças de 18 alunos, ouvintes, do Ensino Médio, propondo meios para que, através das Escritas Surdas, elas pudessem ser (re)pensadas. Para isso, realizamos um estudo de caso em um campus do Instituto Federal de Pernambuco, no ano de 2016. A partir de uma análise preliminar do contexto, foi produzida e aplicada uma sequência didática que possibilitasse aos alunos refletir sobre a cultura e a identidade surda. Os dados, obtidos por meio de questionários e diário de bordo, foram analisados buscando perceber quais as crenças dos alunos participantes antes, durante e depois da experiência. Realizada essa etapa, e a partir de todos os dados gerados e analisados em nosso trabalho, produzimos um guia de orientações metodológicas para o ensino das Escritas Surdas. Toda essa investigação se baseou na concepção não de uma literatura engessada e atrelada a períodos ou às estéticas, e sim, a uma noção de escritas como mais abrangente, englobando várias produções, podendo ser impressas, em vídeo, através das artes plásticas, dentre outras. Nesse contexto, forjamos o conceito de Escritas Surdas, que pode transmitir as vivências de uma comunidade e surge na posição de resistência frente à dominação ouvinte. Esta pesquisa, filiada à Linguística Aplicada (in)disciplinar, se pautou na perspectiva sociocultural e na pedagogia dos multiletramentos. Com a conclusão dos trabalhos, foi possível perceber que é necessário que haja um processo de formação para que os professores de língua portuguesa possam utilizar as Escritas Surdas, além disso, concluímos que o contato com elas deve se iniciar, na escola, o mais cedo possível.