Memória e identidade em As visitas do Dr. Valdez, de João Paulo Borges Coelho

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Silva, Nelsilene dos Santos
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba; Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP; Brasil; UEPB; Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
• Palavras-chave em Português: Romance; Memória; Identidade; Análise literária; LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
• Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4622

Esta pesquisa reflete sobre memória e identidade no romance As visitas do Dr. Valdez, de João Paulo Borges Coelho, cuja narrativa apresenta e sugere um imbricamento entre literatura e história. O enredo se alimenta de memórias mediadas por acontecimentos do presente, tornando-se, assim, componente importante na construção da identidade e das histórias dos personagens. O autor ficcionaliza as referências históricas, utilizando-as, principalmente, como elemento da crítica social. As referências aos fatos históricos permitem um vislumbre de Moçambique durante quase um século de lutas, início e fim de guerras, sendo a memória o instrumento crucial para ampliar o conhecimento a respeito da crítica pós-colonial. Nessa perspectiva, constitui interesse desta pesquisa analisar como a memória é importante para a construção identitária das personagens principais do romance referido, visto que o registro da memória dos povos, em qualquer época, sempre se apresentou interligado à formação da identidade, tanto coletiva, quanto cultural e individual. Tal relação surge da necessidade do autoconhecimento e do conhecimento da alteridade, ou seja, saber quem sou eu e quem é o outro. Assim, as incessantes mudanças sociais vividas pelo homem moderno num momento pós-colonial influenciam e comprometem o caráter de sua identidade, pois os acontecimentos são elementos cruciais para que o sujeito constitua sua identidade a partir do convívio com seu grupo social, dando a liberdade de aceitar ou refutar as ideias e pontos de vistas expostos pelo grupo. Os estudos e reflexões de Stuart Hall, Homi K. Bhabha, Frantz Fanon, Albert Memmi e Edward Said foram utilizados durante o desenvolvimento e construção da dissertação. Além disso, outros estudiosos que discutem Literaturas Africanas de Língua Portuguesa são retomados, a exemplo de Francisco Noa, Inocência Mata, Nazir Ahmed Can, Pires Laranjeira e Fátima Mendonça, os quais auxiliam as reflexões no decorrer da pesquisa em relação aos aspectos da crítica ao colonialismo.