Submissão e resistência: representações femininas n’As luzes de Leonor, de Maria Teresa Horta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Jaqueline Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4442
Resumo: Esta Dissertação apresenta um estudo do romance histórico contemporâneo As Luzes de Leonor, a Marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis (2012), da autora portuguesa Maria Teresa Horta. O nosso objetivo consiste em realizar uma análise crítica desta narrativa, buscando identificar como as figuras históricas Leonor de Almeida, Leonor de Távora, Leonor de Lorena e Maria Rita são representadas. A partir da perspectiva dos Estudos de Gênero, observamos como se comportam diante da opressão masculina a que foram submetidas. Levamos em consideração o fato de se tratar de uma representação construída pela autoria feminina em uma ficção histórica contemporânea, assim, também fizemos uso dos estudos da Crítica Literária Feminista e do Romance Histórico Contemporâneo. Partimos da hipótese de que mesmo essas personagens estando inseridas em um contexto sociocultural machista e opressor e tendo as suas vidas marcadas pelas atrocidades cometidas pelo poder político e pela dominação masculina, comportaram-se de formas diferentes; enquanto duas delas acataram o destino imposto, as outras, valendo-se das artimanhas possíveis, resistiram e não se resignaram. Desse modo, dentre os variados perfis de mulheres que viveram na sociedade portuguesa do século XVIII, a nossa análise mostra dois tipos que são importantes nesta obra: o das mulheres que seguiram as normas, mantendo-se submissas; e as que não se submeteram aos valores vigentes, mas que ficaram igualmente invisibilizadas pela historiografia oficial. Essa pesquisa é de cunho bibliográfico, cuja abordagem utiliza o método indutivo e interpretativo. Como embasamento teórico-crítico, contamos com os estudos de Elaine Showalter (1994); Toril Moi (1988); Macedo e Amaral (2005); Maria de Fátima Marinho (1999); Cristina Vieira (2002); Linda Hutcheon (1991); Michelle Perrot (2017, 2005); Michèle Crampe Casnabet (1991); Arilda Ribeiro (2002); Maria Antônia Lopes (1989, 2017, 2019); Vanda Anastácio (2007a, 2007b, 2009); Pierre Bourdieu (2012); Simone de Beauvoir (2016); Elisabeth Badinter (1985); dentre outros. Ao final do nosso estudo, constatamos que todas as quatro personagens tinham consciência da opressão que sofriam, no entanto, Leonor de Lorena e Maria Rita não conseguiram encontrar forças para reagir e tentar modificar os rumos de suas vidas; assim, acabam silenciando os seus verdadeiros desejos e padecem com uma vida conjugal infeliz. Já Leonor de Távora e Leonor de Almeida não deixaram, em nenhum momento, de lutar pelo que acreditavam, seja desafiando de forma explícita os poderes dominantes ou valendo-se do fingimento como mecanismo de resistência.