Compadrito x Milonguera em poéticas de amor e morte: hermenêutica do trágico no tango-canção (1917-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Ayanne Larissa Almeida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3381
Resumo: A tragédia mostra-se como o âmbito que mais se aproxima dos sentimentos humanos dos nossos dias, pois em uma época de crises e quebra de valores, de renovação e revolução, há sempre a necessidade humana de se buscar o trágico. A partir do sentimento trágico, que está arraigado à condição existencial humana, ainda que esta não seja trágica por si mesma, mas pode ser vivenciada de maneira trágica, podemos compreender o fenômeno trágico na modernidade e em que medida pode ser ele vivenciado dentro das narrativas do tango-canção (1917-1945). No presente trabalho, empreendemos um estudo sobre o tango-canção (1917-1945), perspectivando a figura do compadrito em poéticas do Trágico. No campo da literatura, a problemática em torno do trágico talvez tenha sido a instância que mais esforços demandou por uma definição ao longo dos séculos. Utilizando-nos de um viés hermenêutico-discursivo como tradução e compatibilização entre códigos a fim de revelar seus sentidos, propomos uma análise discursiva da voz do tango, o compadrito. Através do cancioneiro do tango, analisamos como o trágico existencial se apresenta e como estas poéticas do trágico são construídas nas narrativas do tango-canção. Observando o ideal de entonação do cancioneiro, acompanhando seu lugar de enunciação, seu código linguístico, seu ethos, analisamos o caráter e a corporalidade que legitimam o discurso do compadrito, compreendendo, a partir do cancioneiro do tango e das estruturas de sentimento de sua época, estas marcas que atravessam uma dada cultura em uma determinada época e espaço geográfico, para apreendermos esse cancioneiro, este modo de sentir, que não é uma presença plenamente acabada e estática, mas dinâmica e induzida pelo destinatário como fruto de sua interpretação. Os pensadores que nos servirão de alicerce teórico são Paul Ricouer, como o aporte de uma hermenêutica de longa via; Dominique Maingueneau e José Luiz Fiorin, quanto às análises de discurso; Raymond Williams e Terry Eagleton no que diz respeito aos conceitos de estrutura de sentimento e ideias da tragédia e do trágico; Simone de Beauvoir e Georges Bataille para as análises do papel da mulher na sociedade; Sigmund Freud, Søren Kierkegaard e Julia Kristeva no que corresponde ao discurso melancólico; Albert Camus no que se refere ao suicídio, entre outros.