Efeitos de uma dieta hiperproteica sobre parâmetros histopatológicos do cólon de camundongos C57BL/6 com Retocolite Ulcerativa induzida por Dextran Sulfato de Sódio (DSS).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Machado, Camila Cristina Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18616
Resumo: A incidência de Retocolite Ulcerativa (RCU) aumentou nos últimos anos e a tendência é que em países cuja prevalência da doença é alta, o número se estabilize com passar do tempo, enquanto nos demais ele continue aumentando. Frente a isto, é essencial compreender como os diferentes fatores que podem estar relacionados ao seu desenvolvimento e/ou exacerbação, como é o caso da dieta hiperproteica. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar os efeitos do consumo de uma dieta hiperproteica durante a indução experimental de RCU para o intestino grosso de camundongos C57BL/6. Para isto camundongos C57BL/6 machos foram distribuídos em 4 grupos experimentais: DP (alimentados com dieta padrão); HP (alimentados com dieta hiperproteica); DP/DSS (alimentados com dieta padrão e induzidos a RCU); e, HP/DSS (alimentados com dieta hiperproteica e induzido a RCU). Para indução da RCU experimental, os camundongos forma mantidos em gaiolas com livre acesso à água contendo dextran sulfato de sódio a 3% durante sete dias. A ração hiperproteica continha o dobro de teor proteico que a padrão e a fonte utilizada foi a caseína e a proteína de soja. Foram avaliados o índice de atividade da doença (DAI), trânsito gastrointestinal, análise de fenótipo de fezes e avaliação dos neurônios do plexo mioentérico e submucoso do cólon. Como resultado observou-se que os camundongos que ingeriram a dieta hiperproteica apresentaram sinais clínicos da doença mais intensos e isso resultou em DAI maior quando comparado aos demais grupos. Encurtamento do cólon foi observado em ambos os grupos induzidos a RCU, alimentados com a dieta hiperproteica e com a dieta padrão. O escore histológico entre os grupos DSS também foi semelhante e diferiu em relação aos controles. Todavia, as alterações a nível de sistema nervoso entérico foram mais intensas no cólon distal de camundongos alimentados com a dieta hiperproteica. Foram observadas mudanças numéricas e morfológicas em todas as populações neuronais avaliadas indicando possíveis alterações funcionais. Embora o trânsito gastrointestinal, o peso bruto e o percentual de água nas fezes não tenham diferido entre os grupos experimentais, a expressiva alteração na consistência das fezes e diminuição no número de pellets expelidos por dia pelos camundongos que ingeriram a dieta hiperproteica demonstram que perturbações podem estar ocorrendo no intestino grosso como resultado das alterações no plexo mioentérico e submucoso. Logo, para uma maior compreensão de como a dieta hiperprotéica pode influenciar a saúde dos indivíduos com RCU, a interação entre proteínas da alimentação e sistema nervosos entérico precisa ser mais bem explorada. Todavia, os resultados encontrados destacam que os nutrientes presentes no lúmen intestinal podem modular a atividade dos diferentes componentes presentes na parede intestinal, principalmente em indivíduos com RCU.