O poder da Imagem Corporal: Moda e Formações Discursivas em Destaque

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa, Vania Antunes Domingues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18138
Resumo: A norma social diz que nossos corpos devem estar cobertos quando estamos em público e, antes mesmo de nascermos, já temos o nosso figurino montado. Trata-se de um processo dinâmico marcado por posições de poder e sustentado por formações discursivas, constituindo-se em um dos regulamentos mais falados. Há, inclusive, campos específicos para lidar com eles no meio social: a moda. É ela que dita normas e regras embasadas na tradicionalização e padronização corporal, amplamente disseminadas pelas mídias sociais que emergem como espaços públicos que moldam as formações discursivas na contemporaneidade. Nossas ações rotineiras constituem-se em expectativas sociais que tornam-se continuamente explicitadas, o que levou a questionar: quais formações discursivas atuam na normalização da imagem corporal entre os influenciadores digitais de moda? Para responder a essa indagação, foi necessário compreender as formações discursivas que atuam na normalização da imagem corporal entre os influenciadores digitais de moda. Pra isso, explorei as formações discursivas e seus efeitos sociais que sustentam as relações de poder através da normalização e regramento da vestimenta. A partir de então, busquei intersecções entre práticas sociais, normas e regras de vestimenta e imagem corporal. E na sequência, investiguei vivências e práticas de resistência às estruturas de poder instituídas e mantidas discursivamente em torno da vestimenta. Utilizando-me de metodologia qualitativa e com base pós-estruturalista, realizei uma busca empírica em doze perfis de pessoas que trabalham a imagem/aparência corporal na mídia social Instagram. Realizei uma Análise de Discurso Crítica (ADC) conforme as considerações de Norman Fairclough, atreladas às concepções de Michel Foucault, Judith Butler, Lars Svendsen e Gilles Lipovetsky, entre outros. Categorizei os achados empíricos analisando a produção, distribuição, consumo e as condições para a prática discursiva. O estudo evidenciou que as formações discursivas normatizam a imagem corporal, disciplinando comportamentos, moldando o vestir e norteando nossas escolhas, o que nos leva a performatizar. Isso ocorre em um contexto marcado por uma significação simbólica que comunica posições sociais de status e pertencimento, fundamentando concepções subjetivas de ‘elegância’ e ‘sofisticação’. Além do mais, norteia as relações e posições de poder que estabelecemos e ocupamos, o que contribui para a criação de contextos fictícios que funcionam como reguladores para as práticas sociais. Entretanto, as formações discursivas influenciam não só na manutenção das normativas existentes, mas também constituem-se em um importante dispositivo para o seu desafio, o que abriria novos espaços e formas de expressão.