“Negros, a vida não tem cotas”: uma análise discursiva sobre os grafitos em banheiros de universidades à luz do pensamento Foucaultiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Mayara Cristina Aparecido
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17261
Resumo: Embora a universidade seja considerada um local progressista, ainda é possível vermos manifestações de racismo no ambiente acadêmico. Sob a fundamentação teórica dos estudos da Análise do Discurso, com enfoque no viés do pensador Michel Foucault, objetivamos refletir sobre os enunciados racistas expressos em grafitos encontrados nos banheiros de universidades públicas brasileiras, entre os anos de 2015 a 2018. A metodologia de pesquisa busca observar as regularidades do discurso racista, colocando o pesquisador como parte do processo discursivo, cujos atravessamentos são responsáveis pelos efeitos de sentidos provocados por esses dizeres. A análise discursiva, à luz do pensamento foucaultiano, é pautada na observação das regularidades enunciativas que caracterizam uma determinada formação discursiva. Sendo assim, não se limita a identificar o racismo manifesto, mas busca compreender as condições de possibilidade que o envolve, isto é, procura olhar o surgimento do dizer em sua singularidade formativa e, assim, discutir a necessidade de se abordar não apenas a questão do racismo, mas principalmente do antirracismo. Foram identificados, nos enunciados selecionados, mecanismos ligados à lógica do sistema da biopolítica e da necropolítica, bem como dizeres que suscitam reflexões sobre o papel da educação na reprodução da desigualdade social e racial. As pichações em banheiros possibilitam o acesso à intimidade dos indivíduos, em que os sujeitos, por meio do anonimato, se expressam a respeito daquilo que é recorrente na sociedade.