O trabalho do agente de segurança socioeducativo na socioeducação : processos de estranhamento e alienação na construção de uma identidade profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa, Ricardo Peres da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12683
Resumo: Resumo: A pesquisa de doutorado que ora se apresenta parte da hipótese de que há vários fatores materiais que concorrem para o crescente processo de estranhamento e alienação no trabalho do agente de segurança socioeducativo A partir dessa hipótese, o estudo possui como objetivo geral analisar as atribuições e determinações cotidianas do agente de segurança socioeducativo, profissional que trabalha na execução de medidas de privação de liberdade de adolescentes e que tem seu cotidiano carregado de mediações que revelam faces da barbárie do sistema capitalista Para se elucidar as inquietações, foram construídos cinco objetivos específicos: a) realizar uma aproximação teórica às categorias alienação e estranhamento enquanto análise do trabalho no capitalismo; b) compreender o Estado penal no contexto do capitalismo neoliberal, identificando-se características do Brasil nos aspectos ideopolíticos e normativos que incidem sobre a política de encarceramento e restrição de liberdade de jovens e adolescentes; c) elencar e analisar particularidades do papel atribuído ao agente socioeducativo que se estruturou no Brasil, sobretudo, a partir do século XX; d) apresentar aspectos materiais que caracterizam a organização do trabalho no sistema de atendimento de adolescentes em conflito com a lei; e e) evidenciar e analisar particularidades do papel atribuído ao agente de segurança socioeducativo no ideário da socioeducação que repercutem na subjetividade objetivada e que concorrem para que processos de estranhamento e alienação sejam aprofundados Parte-se da premissa de que a cotidianidade é espaço de práxis; de observação assistemática, casual, em que se objetivam as exteriorizações dos indivíduos singulares e as determinações da existência humana A imediaticidade, expressão fenomênica, não é o único dado da realidade a ser captado, então, elegeram-se, enquanto procedimentos metodológicos necessários para se construir esta tese, uma pesquisa bibliográfica, imperiosa para se entender aspectos fundantes da realidade social, e uma ampla pesquisa documental Esse procedimento está ancorado em aportes do materialismo histórico dialético que auxiliam a se analisar aspectos da realidade para além do fenômeno Trata-se de uma perspectiva metodológica que ensina a se começar sempre pelo real, em sua concretude A pesquisa apontou que a socioeducação nada mais é do que parte do controle social que se apresenta institucionalizado no aparato do Estado penal, sob a forma punitiva, e ancorado, entre outros aspectos, com discurso idealizado da defesa de direitos Assim, decorre que a socioeducação ocupa determinação limitada no contexto dos meios de controle social, de modo que sua capacidade de intervenção e transformação da realidade é restrita Cabe a ela apenas remediar alguma tensão provisória desencadeada pela prática infracional dos adolescentes Por fim, a pesquisa aponta que o trabalho objetivado pode ser uma atividade de humanização do homem, de autorrealização, mas, ao mesmo tempo, apresenta-se em formas estranhadas E, para se evidenciar aspectos dessa forma e que concorrem para forjar uma identidade profissional alienada, procurou-se evidenciar, ao longo da pesquisa aspectos materiais que incidem, de forma direta e indireta, no trabalho do socioeducador