Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Maio, Taimon Pires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18508
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Resumo: |
Na década de 1970, algumas práticas de analistas do comportamento foram acusadas de violarem direitos humanos. Essa polêmica ressurgiu recentemente quando um editorial do Journal of Applied Behavior Analysis (JABA) justificou a recusa pela retratação de um artigo publicados nos anos 1970, que descrevia um procedimento de reorientação sexual, argumentando que na época o procedimento não era considerado antiético. Ao mesmo tempo, há evidências de que na década de 1970 já havia resistência às terapias de reorientação sexual, uma vez que foi justamente nesse período que a homossexualidade foi retirada do DSM. Partindo desse embate, este trabalho teve o objetivo de resgatar dois debates críticos sobre terapias de reorientação sexual protagonizados por analistas do comportamento na década de 1970. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa histórica, cujas fontes foram recuperadas de duas fontes. 1) um relatório da American Psychology Association sobre os procedimentos de reorientação sexual entre os anos de 1960 a 2007; e 2) uma revisão da literatura dos estudos publicados no JABA sobre a temática. A partir desses documentos chegou-se aos trabalhos de autores críticos da temática, bem como de réplicas publicadas em resposta aos autores, o que permitiu resgatar dois debates sobre o tema ocorridos nos anos 1970. A análise das fontes e dados históricos dos autores, levou a definição de dois protagonistas: G. C. Davison e R. Winkler. Como resultado, no primeiro debate, inicialmente Davison dirigiu críticas às falhas teórico-metodológicas de pesquisas com homossexuais, tornando-se gradualmente mais crítico de aspectos ético-políticos envolvidos nas práticas de reorientação sexual. Davison discute a negligência da Análise do Comportamento sobre o tema e a frágil adesão aos princípios teórico-filosóficos na atuação de terapeutas comportamentais com homossexuais. No segundo debate, Winkler dirigiu suas críticas aos problemas éticos de um estudo clássico de reorientação sexual com uma criança publicado no JABA por Rekers e Lovaas em 1974, discutindo sobre a impossibilidade de uma ciência isenta de valores e ao seu papel na manutenção do status quo. As réplicas sofridas pelos autores caracterizaram-se pela defesa da neutralidade científica e da voluntariedade do paciente como critério decisivo para a oferta de procedimentos de reorientação sexual. Concluí-se que nos anos 1970 já havia resistência de analistas do comportamento a terapias de reorientação sexual, e que recusar esse fato pode ser considerado uma forma de apagamento histórico com graves consequências ético-políticas na área. |