Tão pouca vida: Abu Ghraib (in)documentada 2003-2004

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira, Ana Caroline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17290
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo averiguar os meandros do estado de exceção, concomitante aos seus fluxos semânticos e sua norma jurídica, assim como os sintomas da violência imputados direito aos corpos dos detidos do presídio de Abu Ghraib, no Iraque, enquanto este era tutelado pelo governo dos Estados Unidos, assim como pela Autoridade Provisória de Coalização instaurado pelo mesmo Estado invasor durante a Guerra do Iraque de 2003; respectivamente de março de 2003 a junho de 2004. Concomitante a este objetivo, a presente pesquisa também visa averiguar se durante o estado de exceção no Iraque, quando torturar e assassinar detidos se tornou parte da norma de interrogatório e encarceramento, o presídio de Abu Ghraib perdeu esta característica clássica do que se entende como espaços de detenção e se transformou em algo que ainda nos escapa a definição. Para a realização da pesquisa, usa-se como fontes: um relatório interno do exército dos Estados Unidos, denominado de 15-6 Report of Abuse of Prisoners in Iraq, popularmente conhecido como “Relatório Taguba”, a Comissão do Senado sobre o Tratamento de Prisioneiros no Iraque de 11 de maio de 2004; artigos jornalísticos da Revista Mother Jones, assim como 16 autópsias e 31 prontuários médicos dos detidos do presídio em questão, colhidos no mesmo recorte temporal já citado. Esta pesquisa possui como base teórica e metodológica, os trabalhos do filósofo italiano Giorgio Agamben acerca do estado de exceção, da norma jurídica de exceção e do uso dos corpos destes seres humanos, cuja humanidade fora capturada por estas zonas de abandono do Estado. Da mesma forma, esta pesquisa também usufrui das contribuições do filósofo francês Michael Foucault, respectivamente seus estudos sobre os presídios modernos e a ordem do discurso.