Organização do serviço em maternidades do norte do Paraná e experiência da internação na percepção de puérperas frente à pandemia pela COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Malta, Nathalia Jung Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17309
Resumo: Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou situação de pandemia, devido à disseminação da COVID-19. Diante da iminente necessidade de prevenção, as regras sanitárias no ambiente hospitalar foram modificadas. A COVID- 19 atingiu gravemente a população de gestantes e puérperas do Brasil e elas foram classificadas como grupo de risco devido ao elevado índice de mortalidade e complicações maternas. Diante disso, algumas medidas restritivas foram adotadas no ambiente hospitalar, o que exigiu agilidade da gestão para a construção de um novo fluxograma de atendimento para gestantes e puérperas, com o intuito de diminuir a exposição delas ao vírus e garantir a segurança das pacientes, recém-nascidos e acompanhantes. OBJETIVO: Descrever a organização do serviço em maternidades do norte do Paraná e a experiência da internação na percepção de puérperas frente à pandemia pela Covid-19. METODO: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Utilizou-se como referencial teórico Avedis Donabedian. A pesquisa ocorreu em três maternidades referência para risco habitual e intermediário do norte do Paraná – Ibiporã, Cambé e Rolândia que não são referência para o COVID-19. As participantes foram três gestoras, doze enfermeiras obstétricas e 30 puérperas. Foram realizadas entrevistas no ambiente hospitalar, em sala reservada, seguindo questões norteadoras previamente estabelecidas. Os dados foram analisados segundo a técnica de Análise de Conteúdo, proposto por Bardin. RESULTADOS: Os resultados foram apresentados em dois manuscritos. O primeiro estudo teve por objetivo compreender a organização do serviço em maternidades do norte do Paraná frente à pandemia pelo COVID-19. Observou-se que as maternidades realizaram adequações no fluxograma de atendimento às gestantes, mas encontraram dificuldades na implementação, sendo que a estrutura física das maternidades não foi adaptada. A sobrecarga de trabalho da equipe de enfermagem foi relatada, assim como o medo e a insegurança de grande parte dos profissionais no enfrentamento da pandemia. A ausência de proatividade das enfermeiras obstetras também ficou compreendida de forma subjetiva nas falas. O segundo artigo teve por objetivo descrever a percepção de puérperas sobre a internação em tempos de pandemia. A pandemia pode ter contribuído para a exacerbação das alterações emocionais vividas no puerpério. A presença do acompanhante foi considerada indispensável na percepção das puérperas. Algumas mulheres concordaram com as normas institucionais que proíbem a troca de acompanhantes, mas muitas outras relataram a dificuldade de eles permanecerem o período todo de internação em condições precárias. Não houve falas negativas com relação à assistência de enfermagem; entretanto, a maior necessidade de cuidado citada pelas puérperas relaciona-se à falta de condições nas estruturas físicas para a acomodação do acompanhante. CONCLUSÃO: As maternidades de risco habitual e intermediário que não são referência para o COVID-19 apresentam um fluxograma para o atendimento das gestantes, mas enfrentaram dificuldades em sua implementação. O medo e a insegurança permeiam a assistência de enfermagem, seja pela ausência do conhecimento ou pelas alterações emocionais vividas nesse momento. Salienta-se a importância de repensar a forma de gestão estabelecida nestas maternidades, instituindo a gestão participativa, como recomentado pela Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS. Considera-se indispensável a presença do acompanhante, mas não basta somente permitir que esteja ao lado da mulher durante o período de internação. É preciso promover o acolhimento destas pessoas com dignidade. Ressalta-se que, em tempos de pandemia, é necessário elaborar estratégias, para além das já utilizadas, que coloquem em prática ações de humanização, reduzindo o nível de estresse e ansiedade das puérperas