Saberes e identidade profissional em um curso de formação de professores de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Peres, Aparecida de Fátima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/10739
Resumo: Resumo: Esta pesquisa, de caráter qualitativo-interpretativo, consiste em um estudo de caso, cujo propósito é investigar que saberes e que identidade profissional subjazem a um curso de formação de professores de Língua Portuguesa (LP) – um curso de Letras de uma Instituição de Ensino Superior do Noroeste do Paraná Como referencial teórico sobre saberes docentes e identidade profissional, resgataram-se: a) as considerações de Schön (1997) sobre o professor como profissional reflexivo; b) a base de conhecimentos apontada por Shulman (1987); c) o conjunto de saberes docentes abordado por Tardif (22) Considerando a influência do currículo na constituição da identidade do sujeito (SILVA, 21, 23), esta tese investiga: 1) como o currículo de formação de professores de LP é proposto nas diretrizes curriculares oficiais (Diretrizes de Letras e Diretrizes das Licenciaturas) e em um curso específico; 2) como o currículo desse curso é concebido pelos sujeitos envolvidos no processo de formação por ele oferecido Como instrumento de coleta de dados foram adotadas análise de documentos e duas entrevistas de grupo focal – uma com sete professores-formadores e outra com dez alunos-professores Os procedimentos de análise, por sua vez, foram alicerçados em alguns pressupostos da Análise do Discurso de linha francesa (ALTHUSSER, 1974; PÊCHEUX, 1993; PÊCHEUX & FUCHS, 1993; FOUCAULT, 1997, 24; AUTHIERREVUZ, 199; BRANDÃO, 1998; ORLANDI, 1995; 2) Quanto ao discurso oficial, as análises dos dados revelaram que as Diretrizes de Letras são marcadas pelo caráter da racionalidade técnica (SCHÖN, 2), pois priorizam os saberes teóricos no processo formativo, fator que pode contribuir para a constituição de uma identidade profissional em que os saberes teóricos são mais valorizados em relação aos práticos Já as Diretrizes das Licenciaturas são caracterizadas pela epistemologia da prática (SCHÖN, 2), pois destacam ser necessária a articulação entre teoria e prática nos cursos de formação e propõem a aprendizagem para o magistério com base no paradigma ação-reflexão-ação Assim como as Diretrizes de Letras, o currículo proposto pelo Projeto Pedagógico do curso investigado também se mostrou pautado na racionalidade técnica, porque, além de por a formação docente em segundo plano, demonstra conceber que apenas as disciplinas teóricas sejam suficientes no processo formativo e não promove articulação efetiva entre teoria e prática Essa característica do curso estaria prejudicando o processo de formação inicial de professores de LP, uma vez que as análises das entrevistas de grupo focal evidenciaram crise de identidade entre os alunos-professores, já que estes, durante três anos, são subsidiados apenas por saberes teóricos e quando se deparam com a disciplina Prática de Ensino, no último ano, não conseguem estabelecer diálogo entre as teorias aprendidas e a prática pedagógica requerida por essa disciplina Por essa razão, tanto os professores-formadores quanto os alunos-professores consideram ser preciso oferecer mais prática pedagógica na formação inicial, por entenderem que a base de conhecimentos necessária ao professor de LP deva envolver saberes teóricos, práticos, pedagógicos e contextuais Esta tese estudou ainda o novo Projeto Pedagógico para aquele mesmo curso de Letras, elaborado a partir das diretrizes oficiais Nele também foram encontradas lacunas quanto a alguns fatores prescritos nas Diretrizes das Licenciaturas, bem como déficit de carga horária destinada à prática, não respeitando, portanto, o número de horas prefixado pelo Conselho Nacional de Educação para aquele fim Apesar disso, é possível verificar uma nova postura no currículo, pois este assume a formação para a docência com base no diálogo entre teoria e prática e procura elaborar um programa voltado para isso