Entre linhas e palavras : homofobia e (re)existência em “A palavra que resta”, de Stênio Gardel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bezerra, Thátilla Ruanna Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1396
Resumo: Esta dissertação consiste em uma análise de narrativa ficcional que reconhece a literatura como ferramenta de resistência e problematização de contextos sociais e enfatiza a reflexão sobre a “violência”, elemento contundente que permeia a vida em sociedade. Como referência de abordagem, partiu-se da obra A palavra que resta, de Stênio Gardel, protagonizada por Raimundo Gaudêncio, homem nordestino, analfabeto, pobre e gay, cuja existência é marcada pela opressão, repressão e pelo medo. A personagem é vítima de uma dinâmica social de exclusão, solidão e preconceito, reflexo de um machismo estrutural feroz que fere e tenta silenciar vozes não aceitas socialmente. O trabalho traz para a discussão, a partir disso, as vertentes da violência como elemento literário, dando ênfase à violência que decorre da homofobia e das questões de corpo, identidade, sexualidade e de gênero na realidade atual, apresentando novas possibilidades de se pensar tais temáticas no romance em estudo. A análise da construção dos personagens dissidentes apontou para a ruptura de estereótipos sobre os corpos socialmente abjetos, assim como indicou um processo de humanização, enfrentamento, legitimação e outras demandas relacionadas às configurações de personagens que fogem da heteronormatividade no cenário literário brasileiro. Nesse sentido, pretendeu-se desenvolver um prisma amplo de discussões, tendo à frente teorias que relacionam literatura, gênero e sociedade. A pesquisa aponta concepções de vários estudiosos no que se refere à temática em estudo, relaciona textos teóricocríticos sobre o tema e desenvolve uma leitura analítico-interpretativa da obra em pauta. Para tais discussões, lançamos mão dos estudos de Dalcastagnè (2012), Sedgwick (2007), Pellegrini (2008), Butler (2000, 2003), Foucault (2010, 2011), Louro (2001, 2018), Miskolci (2007, 2012), Trevisan (2018), Salih (2018), Schulman (2009, 2010), Kulick (2008) e outros autores que dialogam com a temática em debate. Além disso, esta dissertação discute outras análises referentes às possibilidades teóricas para entendimento da realidade e contribuição para sua transformação, consolidando a literatura como um dos instrumentos principais nesse cenário.