“É pra acabar com o pequi do Goiás” : história ambiental e a valorização da espécie frutífera nativa do cerrado brasileiro (1819-2022)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Magalhães, Mara Rúbia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Doutorado em Recursos Naturais do Cerrado
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Recursos Naturais do Cerrado RENAC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1555
Resumo: O Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil e uma das 25 áreas prioritárias para conservação global, destaca-se por sua diversidade de espécies e importância na conexão com outros biomas. Caryocar brasiliense Cambess, popularmente conhecido como pequi, é uma espécie emblemática do Cerrado, desempenhando papel crucial na preservação da biodiversidade. No entanto, o rápido desmatamento, impulsionado pela expansão do agronegócio em Goiás e no Cerrado, ameaça tanto o bioma quanto o pequizeiro. A expressão "É PRA ACABAR COM O PEQUI DO GOIÁS" reflete a preocupação com a situação irreversível enfrentada pelo Cerrado e suas espécies. A presente tese aborda, em uma só pesquisa, as três dimensões da História Ambiental relacionadas ao pequizeiro. O primeiro capítulo mapeia o registro cronológico do pequi desde o início do século XIX até o centenário da independência do Brasil, explorando a estrutura e distribuição ambiental do passado. O segundo capítulo examina a exploração madeireira do pequi nos séculos XVIII a XX, evidenciando a relação sociedade-natureza e as mudanças na fitofisionomia do cerrado, bem como fundamentando na espécie como madeira de lei, uma vez que a prioridade pelo uso, transporte e comercialização era da Coroa portuguesa. O terceiro capítulo estima o valor econômico do pequizeiro, destacando sua importância como patrimônio cultural e as percepções humanas em relação à natureza. E o quarto capítulo aborda a história da ciência e o desenvolvimento agronômico do pequizeiro, desde o processo inicial até o lançamento de mudas sem espinhos. Essa inovação visa atender às demandas do mercado, mas também levanta questões sobre o impacto ambiental e a sustentabilidade, se propondo a compreender se essa variedade de pequi sem espinho contribuirá efetivamente para a conservação do Cerrado ou se se tornará uma commodity, suscitando preocupações sobre exploração desenfreada e desafios ambientais. Em síntese, a pesquisa abrange a história, exploração, valor econômico e desenvolvimento agronômico do pequizeiro, proporcionando uma visão abrangente da interação entre sociedade e natureza no contexto do Cerrado, enquanto destaca os desafios enfrentados pela conservação desse bioma singular.