Letramento de resistência : o que as paredes das ruas de Itapuranga (GO) têm a dizer?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferreira, Sandra Jardim de Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1137
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar as pichações como eventos de letramento, a fim de compreender o que os sujeitos-pichadores buscam expressar nesse contexto específico de cidade do interior, com o intuito de perceber suas realidades sociais e se (não) resistem a duros padrões de exclusão social. Então, por se tratar de uma investigação dos problemas sociais motivadores, trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo interpretativista, pois busca ler as pichações, com todos os sentidos que possam estar intrínsecos entre a tinta e o muro. A intersubjetividade é um fator forte nesse processo, pois a compreensão dos significados (CELANI, 2005) nos levará a uma possível jornada de comunicação com os sujeitos pichadores. Foram coletados 22 pichos na cidade de Itapuranga (GO) para análise e identificação do letramento de resistência a partir das pichações. As principais referências que levaram a compreender a forma de captar e ler o objeto de estudo foram Duarte(2002); Souza (2009); Mittmann(2012); Padilla(2013); Sito(2016); Araújo(2017), o que possibilitou uma compreensão metodológica viável para um estudo que busca os discursos e os letramentos a partir de uma narrativa que vai além da escrita hegemônica no Brasil, escrita essa que sai do espaço impresso ou digital. Portanto, o Letramento de resistência pode ser considerado um evento social, no qual os sujeitos se utilizam, neste caso, da escrita através das pichações em Itapuranga (GO) evidenciando os seus contextos, disputas, conflitos em que os registros foram produzidos, evidenciando neste caso essas práticas como eventos de letramento. Dessa forma, a resistência é percebida e articulada através das pichações, produzindo letramentos socialmente situados. Também foi possível identificar letramentos locais da leitura social dos pichos partindo do contexto cultural da cidade pesquisada. A partir da análise ficou evidente que vozes de resistência ecoam em uma cidade do interior de Goiás, elas se localizam, se colocam às vistas da comunidade local, conquistando seu espaço de voz. Portanto, a pesquisa contribui para a reflexão da amplitude significativa dos estudos do letramento, apoiados pelos estudos de Street (2007), que defende o letramento que representa os mais diversos usos e significados de ler e escrever nos mais diversos contextos sociais, culturais e épocas diferentes.