O lugar de memória da identidade ficcional em ''Relato de um certo oriente'', de Milton Hatoum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gouveia, Renata Simião
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/764
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o romance Relato de um certo Oriente, do escritor brasileiro Milton Hatoum, publicado pela primeira vez em 1989, a partir da perspectiva memorialística e espacial. Observa-se de que forma o lugar de memória da identidade ficcional, da personagem inominada do romance é representada pela memória e pelo espaço vivido, e, de como esses dois aspectos configuram-se como eixo central da narrativa. A partir do estudo sobre memória, esta investigação parte da importância do espaço topofílico para a constituição da identidade da personagem central que revive, na narrativa, os momentos de sua infância e, assim, reencontra-se, por meio do exercício de escrita do relato. O conjunto de vozes dispersas do romance é o eixo para a sua construção que centra no espaço topofílico as experiências e recordações da infância. A casa e a cidade de Manaus têm importante função no romance, a de trazer as lembranças do passado para o presente. O tempo perdido é reencontrado pela memória, que restaura o presente reconstituindo nele a sua identidade. A memória tem o poder de restaurar os passos, as ações praticadas pelas personagens em diversos espaços. O espaço da casa é um berço que abriga o devaneio e nele as imagens se reconstroem. A relevância da casa onde a narradora viveu na infância e dos lugares descritos de Manaus remontam o seu passado. A discussão teórica centra-se nos diversos saberes sobre memória, identidade e espaço. Dessa forma, nos romances de memória, as lembranças estão sempre situadas em um tempo e um espaço. Assim, o tempo da memória é o tempo passado e revisitado, no romance analisado, por meio do espaço. Para analisar a memória, a identidade e a fragmentação do ser utilizamos Ecléa Bosi (2003); Jacques Le Goff (2003); Hall (2006); Henri Bergson (1999); Como teóricos sobre o espaço e lugar temos Bachelard (1993); Tuan (1980) e Milton Santos (1998). Neste estudo analisa-se a partir da memória e do espaço, uma personagem feminina que volta à cidade natal e vê neste retorno a sua identidade, antes em crise, se reconstituir.