Reificação e linguagem em André Breton e Guy Debord

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Aquino, João Emiliano Fortaleza de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=31975
Resumo: <font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 10pt;">Esta tese discute as reflexões de André Breton (1896-1966) e Guy Debord (1931-1994) sobre a linguagem, reflexões nas quais estética e crítica social são inseparáveis. Fundada em conteúdos ético-existenciais presentes em Baudelaire, Rimbaud, Lautréamont e Mallarmé, a reflexão sobre a linguagem, em Breton e no surrealismo, busca uma </span><span style="font-size: 13.3333px;">crítica</span><span style="font-size: 10pt;">&nbsp;da concepção instrumental da linguagem, inseparável da crítica da "lógica" e do "racionalismo absoluto". Sob estes termos há em Breton uma reflexão crítica sobre determinados fenômenos sociais que, segundo a hipótese aqui considerada, se encontram com a categoria marxiana da reificação. Nestas reflexões, o horizonte ético de sua crítica social se ampara no conceito de </span></font><i style="font-family: Arial, Verdana; font-size: 10pt; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: normal;">profondeurs de l'esprit</i><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 10pt;">, conceito este que nomeia a interioridade subjetiva e se manifesta na categoria de expression, compreendida como modo "linguístico"-poético e existencial de negação do mundo exterior reificado e da transformação da linguagem num intercâmbio </span><span style="font-size: 13.3333px;">alienado</span><span style="font-size: 10pt;">. Assumindo e buscando ultrapassar teoricamente o horizonte modernista e vanguardista da expressão, Debord critica a pseudocomunicação da sociedade existente e estabelece a relação entre a comunicação e o "programa", já apresentado pelos dadaístas e pelos surrealistas, de transformação da vida cotidiana. Ele pretende, assim, desenvolver uma reflexão sobre a </span><span style="font-size: 13.3333px;">experiência</span><span style="font-size: 10pt;">&nbsp;histórica da arte moderna e das vanguardas do início do século, reflexão ao mesmo tempo centrada na questão da linguagem e baseada na crítica marxiana do valor, e da qual, em proximidade e ruptura com aquela experiência, resulta em uma teoria crítica do capitalismo desenvolvido, exposta em</span><i style="font-size: 10pt;"> La societé du spectacle</i><span style="font-size: 10pt;">. A este propósito, o presente trabalho se orienta pela hipótese de que a reflexão sobre a linguagem e a crítica do fetichismo mercantil, em Debord, são aspectos inseparáveis de um único e mesmo ponto de partida da crítica da sociabilidade tardocapitalista, centrado na crítica da linguagem e da forma-mercadoria. O </span><span style="font-size: 13.3333px;">conceito</span><span style="font-size: 10pt;">&nbsp;central desta reflexão é o de </span><i style="font-size: 10pt;">langage commun</i><span style="font-size: 10pt;"> como referência normativa da crítica do presente. Com relação ao surrealismo e às outras experiênicas artísticas modernas, Debord se posiciona por uma transição, no que diz respeito ao horizonte da reflexão estética e social sobre a linguagem, do conceito de expressão ao de comunicação ou diálogo. Ele busca recolher e manter, ultrapassando-a, a natureza crítica da </span><i style="font-size: 10pt;">expressão</i><span style="font-size: 10pt;"> não-comunicativa (e, por isso, refratária à "pseudocomunicação" da sociedade burguesa), tal como concebida e experienciada pela arte moderna e as vanguardas do início do século, formulando a perspectiva crítico-existencial da "comunicação". Este horizonte comunicativo se apresenta, pois, inseparavelmente, como a perspectiva em favor da qual é feita a </span><span style="font-size: 13.3333px;">crítica</span><span style="font-size: 10pt;">&nbsp;da sociedade fundada na produção fetichista de valor e, neste mesmo gesto, à "ultrapassagem da arte" e à "realização da poesia" perseguidas pelo surrealismo e pelas vanguardas do início do século passado se acrescenta um novo conteúdo: se a </span><i style="font-size: 10pt;">expressão</i><span style="font-size: 10pt;"> poética moderna foi uma denúncia da linguagem reificada, pseudocomunicativa e até mesmo antocomunicativa é porque, segundo Debord, esta denúncia aspirou a uma nova, autêntica e livre comunicação. Palavras-chave: reificação, linguagem, expressão, comunicação.</span></font>