Walter Benjamin: A resistência como forma e conquista da felicidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Leite, José William do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=101094
Resumo: <font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A história da humanidade segundo a historiografia oficial é compreendida por Benjamin como marcha de catástrofe. A Modernidade, produzida pelo progresso da técnica e do capital, é o momento da história no qual a catástrofe se atualiza continuamente. A sensação do moderno que a realidade na Modernidade provoca é alimentada pelos avanços científicos e tecnológicos, pela mercadoria e multiplicidade de meios, bem como pelo conforto que esses meios promovem. Na exegese da poesia de Baudelaire, a Modernidade surge para Benjamin como o lugar do sonho, e mais se assemelha ao mito que embriaga o Eu individual e coletivo e lhe absorve as forças que propriamente a manifestação plena do avanço da humanidade. Benjamin analisa o fenômeno da Modernidade por suas contradições, ela se lhe apresenta como viés para a compreensão da condição humana. Apesar do progresso da técnica, da novidade da mercadoria, a Modernidade, bem como a história regida pelas leis do historicismo, se caracteriza pela produção de ruínas e não pela promoção da felicidade. O desenvolvimento da técnica e a riqueza de ideias da realidade na Modernidade é o reverso da pobreza de experiências. Imerso no tempo vivo do progresso da história e da busca contínua do novo – culto da mercadoria –, o homem se torna infeliz por se transformar em mero expectador do que está por vir do continuum histórico. A resistência surge em Benjamin como condição para a felicidade. A resistência é a tarefa do indivíduo e da coletividade de escovar a história a contrapelo, isto é, proceder pela consideração das ruínas como elementos portadores de significação. A destruição da história é também, no seu reverso, a manifestação plena do sentido. Na dialética teológica a morte desponta para a vida. As contradições da Modernidade, como a onipresença do culto da mercadoria enquanto extremo do desvalor da vida, revelam, portanto, as poucas condições a partir das quais a felicidade ainda é possível. Essas condições são a frágil força messiânica. Sob a forma da resistência, somente ela é capaz de promover desvios ao continuum histórico e engendrar o despertar – desmitificação da Modernidade – num instante dialético livre do fluxo contínuo da história. O momento do despertar corresponde ao tempo do agora, concebido por Benjamin como moradia da felicidade.</span></font>