Análise da toxicidade e da segurança farmacológica da telocinobufagina, um analgésico que atua nas dores agudas e crônicas neuropáticas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Medeiros, Rafael Leitao
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=100571
Resumo: Os bufadienolídeos são esteroides localizados nas secreções cutâneas de sapos e que apresentam propriedades anti-inflamatória, anti-tumoral e analgésica. Dentre estes, a telecinobufagina (TCB) vem sendo bastante estudada por sua ação anti-nociceptiva, podendo contribuir para o alívio da dor. Os tratamentos de dores agudas e crônicas são considerados, muitas vezes, ineficazes ou associados a efeitos indesejados, diminuindo a qualidade de vida do paciente. Portanto, a TCB surge como uma alternativa de tratamento. Contudo, os efeitos tóxicos de sua utilização ainda não foram totalmente elucidados. Dessa forma, essa dissertação teve por objetivo realizar os ensaios pré-clínicos da TCB, analisando os possíveis efeitos adversos da sua utilização e realizando os ensaios tóxicos preconizados pela ANVISA. Para obtenção da TCB, o veneno bruto do anfíbio Rhinella jimi foi fracionado por cromatografia liquida de alta performance (HPLC) utilizando coluna preparativa C18 de fase reversa. Foram realizados os ensaios de escalonamento de doses e toxicidade aguda de dose única utilizando as doses de 2, 4, 6, 8 mg/kg via intraperitoneal (com DMSO) e para administração via oral as doses de 5, 10, 20 e 40 mg/Kg (com solução de labrasol e transcutol). Por via oral e intraperitoneal, a dose máxima tolerada foi de 40 e 8 mg/kg, respectivamente. De forma aguda, as doses utilizadas causaram letargia e prostração de forma dose dependente, no qual a menor dose não resultou em nenhum efeito e a dose maior causou prostração e letargia leve em 50% dos animais. Interessante ressaltar que essa maior dose via oral (40 mg/kg) foi oito vezes maior que a dose de 5 mg/kg, utilizada em estudos anteriores e que ocasionou 50% da resposta máxima analgésica, ou seja, apresentando um índice terapêutico de 8. Quando administrada pela via intraperitoneal, a dose máxima tolerada de TCB foi de 8 mg/kg. Esse valor foi 16 vezes maior que a dose de 0,5 mg/kg, que causou 50% da resposta máxima analgésica em estudos anteriores. Para esta via, a TCB demonstrou índice terapêutico de 16. Para o ensaio de toxicidade de doses repetidas, A TCB causou um efeito semelhante ao outro ensaio. Ao longo dos 14 dias, o número de animais que apresentavam algum efeito adverso foram decrescendo, indicando um possível processo de tolerância. No qual, no décimo dia, os animais não apresentaram nenhum efeito adverso. Ademais, a TCB não causou quaisquer outras alterações nos exames histológicos, bioquímicos e hematológicos. Dessa forma, a TCB não apresentou efeitos tóxicos significativos, indicando boa segurança farmacológica, podendo vir a ser utilizado como possível tratamento para dores agudas e crônicas neuropáticas, sem apresentar riscos significativos na sua utilização. Ademais, a TCB não causou quaisquer outras alterações nos exames histológicos, bioquímicos e hematológicos. Dessa forma, a TCB não apresentou efeitos tóxicos significativos em ratos, o que abre perspectivas para estudos toxicológicos no homem, visando um possível tratamento para dores agudas e crônicas neuropáticas no futuro.