Estabelecimento de modelo ex vivo de biofilmes fúngicos e bacterianos: uma estratégia para análise de fatores de virulência e sensibilidade antimicrobiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Thomaz, Lara De Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109003
Resumo: A pele possui uma barreira microbiológica constituída por fungos e bactérias, tendo esses microrganismos a predileção por se organizarem em biofilme. Estudos envolvendo animais vivos seriam os ideais para se ter uma verdadeira noção dessa interação; porém, a ética atual preconiza o desenvolvimento de modelos ex vivo como alternativa viável à sua substituição. Portanto, o objetivo desse estudo foi estabelecer modelos ex vivo de formação de biofilmes fúngicos e bacterianos, individuais e em co-cultura, para de fatores de virulência e sensibilidade antimicrobiana. No primeiro momento foi feito o estudo da sensibilidade à griseofulvina (GRI), itraconazol (ITC) e terbinafina (TER), por dermatófitos, na forma planctônica e em biofilmes in vitro (n=18), e ex vivo (n=4). No segundo momento, foi estabelecido um protocolo para formação de biofilme in vitro em co-cultura, por Malassezia pachydermatis (n=1) e Staphylococcus pseudointermedius (n=1). Já em um terceiro momento foi padronizado um modelo de biofilme ex vivo, individual e em co-cultura por M. pachydermatis e S. pseudointermedius, em pele porcina. Como resultados, os valores de concentração inibitória mínima para GRI (0,125-1 µg/ml), ITC e TER (0,000097-0,25 µg/ml) foram encontrados para os dermatófitos. Já no biofilme in vitro dos dermatófitos, os valores que causaram danos em 50% da atividade metabólica foram: M. canis, cepa 1 (256 µg/ml de GRI, 32 µg/ml de ITC e 64 µg/ml de TER); cepa 2 (128 µg/ml of GRI, 64 µg/ml of ITC and 32 µg/ml of TER. Já T. mentagrophytes obteve os seguintes valores: cepa 1 (128 µg/ml de GRI, 16 µg/ml de ITC e 16 µg/ml de TER); cepa 2 (32 µg/ml de GRI, 8 µg/ml de ITC e 4 µg/ml de TER). Observou-se ainda que os biofilmes ex vivo são mais tolerantes à GRI, ITC e TER que os biofilmes in vitro dos dermatófitos. O protocolo ideal para a formação do biofilme em co-cultura foi a utilização do meio YPD, com tempo de adesão de 24 horas para M. pachydermatis e período de maturação de 96 h para M. pachydermatis e 48 h para S. pseudintermedius. Os resultados obtidos demonstraram que o número de células/ml (1,65 x 108 vs. 6,98 x 107 para M. pachydermatis; 3,25 x 108 vs. 2,76 x 107 para S. pseudintermedius) aumentaram nos biofilmes em co-cultura versus biofilmes isolados. Esse mesmo protocolo também propiciou um melhor crescimento e adesão por M. pachydermatis na pele porcina como modelo ex vivo. Os achados reforçam a importância do desenvolvimento de modelos de infecção ex vivo como uma importante ferramenta para o estudo de fatores de virulência e sensibilidade aos antimicrobianos.