Histórias da pandemia: estratégias de autoria na produção escrita de crônicas narrativas de alunos de uma escola pública de fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Girao, Erika Rodrigues Moraes Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106510
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar as estratégias de autoria mobilizadas em crônicas produzidas por alunos do nono ano de escola pública municipal de Fortaleza. O corpus foi constituído por 09 (nove) produções textuais coletadas ao longo da aplicação de um Projeto Didático de Gênero (doravante PDG) voltado para o estudo da crônica. Como fundamentos teóricos, apoiamo-nos nos estudos sobre as modalizações de Bronckart (2012), Fiorin (2000), Hegenveld & Mackenzie (2008), Nascimento (2005), Chaves (2006) e as considerações sobre o uso das aspas como recursos expressivos de Authier-Revuz (2004). Procuramos, ainda, relacionar as estratégias de autoria utilizadas pelos sujeitos informantes com o ensino de produção escrita à luz dos trabalhos de Antunes (2003, 2005), Ferrarezi e Carvalho (2015), Ferrarezi (2014), Mascuschi (2008). O processo metodológico pelo qual se realiza esta investigação consiste na pesquisa-ação, de base qualitativa, através do qual observamos como o aluno se configura como autor por meio dos recursos linguísticos que utiliza em seu projeto de dizer. Tal processo metodológico adotado compreendeu a aplicação do PDG no decorrer de cinco aulas. A coleta do corpus se deu em três momentos, a saber: na primeira aula, com uma produção inicial voltada para a sondagem dos conhecimentos prévios do aluno sobre o gênero em estudo e sobre o domínio da competência escrita; na terceira aula, com uma produção intermediária, que nos ajuda a observar se a estratégia adotada para o trabalho com a crônica é eficaz, e na quinta e última aula, com a produção final. A elaboração do PDG resultou em um material voltado para os docentes da rede municipal de ensino de Fortaleza, que servirá de norte para o trabalho com o gênero crônica e com qualquer outro gênero que ele queira levar para a sala de aula. Os resultados obtidos mostram as seguintes estratégias de autoria operadas por nossos sujeitos informantes: (i) modalização, a qual apareceu em maior frequência; (ii) uso dos verbos na primeira pessoa do singular e do plural; além de (iii) estilo, frases declarativas e interrogativas, verbos dicendi, reiterações, gerenciamento de vozes, o uso do diminutivo e o uso das aspas enfáticas. Tais decisões enunciativas por parte do sujeito estão condicionadas a fatores como o interacionismo e a intencionalidade no ato da escrita de um texto. Depreende-se disso a necessidade de trabalho com uma escrita contextualizada, com funções comunicativas relevantes, nas quais o texto surja como uma forma de parceria entre sujeitos. Palavra-chave: Escrita. Leitura. PDG. Estratégias de autoria.