Consulta a verbetes ilustrados de um dicionário bilíngue para aprendizes iniciantes de inglês: um estudo em lexicografia multimodal com rastreamento ocular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moreira, Aryanne Christine Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95785
Resumo: Verbetes de dicionário são exemplos de textos multimodais, conforme a Teoria da Multimodalidade (VAN LEEUWEN, 2005; KRESS; VAN LEEUWEN, 2006; JEWITT; OYAMA, 2008; JEWITT, 2014). Além disso, compreendemos o dicionário não apenas como uma obra para simples consulta, mas como um livro que deve ser lido e compreendido (LIMA; ARAÚJO; PONTES, 2014), um material didático que deve ter as potencialidades exploradas em sua amplitude. Considerando o dicionário bilíngue uma importante ferramenta pedagógica para o processo de ensino e aprendizagem de inglês e entendendo como relevante o fato de buscarmos agregar o rastreamento ocular a esta pesquisa, que dialoga tanto com a Lexicografia, quanto com a Multimodalidade, este estudo objetiva observar, sob a perspectiva da Multimodalidade e com o uso do rastreamento ocular, como estudantes em nível iniciante e avançado de inglês consultam verbetes ilustrados e não ilustrados de dicionário bilíngue. Para tanto, buscamos testar três hipóteses e desenvolvemos um estudo experimental. As hipóteses eram: 1) o estudante iniciante na língua inglesa, comparado ao avançado, identifica mais facilmente o equivalente em português de uma palavra em inglês se estiver na primeira acepção do verbete; 2) o estudante iniciante, comparado ao avançado, identifica com mais facilidade o equivalente em português de uma palavra em inglês, se o verbete for ilustrado, independentemente da posição da acepção; 3) o estudante iniciante, comparado ao avançado, identifica com menos facilidade o equivalente em português de uma palavra em inglês que estiver em acepção diferente da primeira, se o verbete não for ilustrado. Para o experimento, de desenho 2 x 2 e disposto em quadrado latino, selecionamos 16 verbetes ilustrados do Longman Dicionário Escolar para estudantes brasileiros, de 2009. Manipulamos os verbetes em quatro condições distintas conforme as variáveis independentes, a saber, posição do equivalente no verbete, se primeira ou se segunda acepção, e presença ou ausência da imagem. Foram testados dois grupos: um experimental, de iniciantes (GI) e o outro, controle, de avançados (GA). Considerando a duração total de fixações e o número de fixações como variáveis dependentes, os resultados apontaram que ambos os grupos apresentaram comportamentos semelhantes no que se refere à consulta aos verbetes. Não foram encontradas diferenças significativas entre os comportamentos do GA e do GI quanto à posição do equivalente no verbete, bem como não foram constatadas diferenças significativas entre os grupos quanto à relação posição do equivalente versus presença ou ausência da imagem, pois em ambas as situações as duas acepções do verbete eram observadas. Desse modo, não foi possível confirmar as hipóteses propostas. No entanto, como a duração total e o número de fixações do GI na imagem foram significativamente maiores, comparado ao GA, compreendemos que os participantes do GI buscam a imagem ou para agregar informações, ou por curiosidade. Acreditamos que os resultados possam ter sido influenciados ou pela diagramação do verbete ilustrado, conforme GDV, ou pelo fato de os participantes terem sido, em maioria, estudantes de Letras, ou por já terem alguma familiaridade em consultar dicionários. Palavras-chave: Lexicografia. Multimodalidade. Rastreamento Ocular. Lexicografia Multimodal. Dicionário Bilíngue